Há uns costumes culturais da classe média no Brasil que não fazem sentido pra mim.
Acho que é a questão de classes sociais mas essa coisa de não levar o que restou da comida no restaurante ou aceitar trocas e doações.
Enquanto o americano tem um estigma de se sentir perdedor, o brasileiro tem um estigma de se sentir pobre.
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terça-feira, janeiro 21, 2020
quinta-feira, julho 12, 2018
Em Caso de Emergência
Quanto mais velho a gente fica e quanto mais gente conhecemos, as chances de perder alguém aumentam. Este ano o câncer levou minha mãe e uma amiga de 27 anos no mês seguinte. Ontem recebi a triste notícia de um amigo que estava de férias na Flórida com a família e levou um caixote na praia. Ele bateu forte com a cabeça, perdeu a consciência e ficou embaixo da água uns 4min. Está em coma induzido com várias fraturas na coluna, pescoço e talvez crânio e se sobreviver, na melhor das hipóteses vai ficar tetraplégico.
Como imigrante, sei que sempre vou ter 2 corações onde quer que eu esteja. Sendo alguém que passou por uma doença e cirurgia séria há 4 anos, me passa pela cabeça onde gostaria de estar caso algo acontecesse comigo de novo. Estou curtindo muito Floripa este ano, as eternas amizades, em como me sinto à vontade com certos amigos, em como a conversa flui. Ultimamente sinto mais dificuldade dessa ligação por lá (o que eu não sentia antes).
Mas agora vejo também em como a nossa comunidade em Los Angeles se move diante de desafios como desta semana. De ontem pra hoje:
- uma mulher já se responsabilizou como ponte de comunicação entre os amigos e a esposa pra não sobrecarregá-la
- foram criadas 2 contas de arrecadação pra ajudar a família, uma pra ajudar a esposa que largou o emprego pra viajar pra Flórida e ficar com ele
- estão mandando refeições para quem está no hospital
- agilizaram pra cuidar da casa e do cachorro
- checam direto com todos os membros da família se precisam de alguma coisa
- foram buscar o carro dele no aeroporto
- uma acupunturista ofereceu sessões gratuitas pra quem estiver passando por muito stress
- uma mulher já se responsabilizou como ponte de comunicação entre os amigos e a esposa pra não sobrecarregá-la
- foram criadas 2 contas de arrecadação pra ajudar a família, uma pra ajudar a esposa que largou o emprego pra viajar pra Flórida e ficar com ele
- estão mandando refeições para quem está no hospital
- agilizaram pra cuidar da casa e do cachorro
- checam direto com todos os membros da família se precisam de alguma coisa
- foram buscar o carro dele no aeroporto
- uma acupunturista ofereceu sessões gratuitas pra quem estiver passando por muito stress
Isso em um dia. Enfim estão prontos pra ajudar no que for preciso.
Como as famílias são mais espalhadas por lá, os amigos tomam as rédeas. Eu já vi esta solidariedade diversas vezes e me comove bastante. O americano é muito prático e admiro isso.
Não estou dizendo que isso não aconteça aqui também. Recebi apoio de pessoas esse ano e sou muito grata por isso. Mas fico impressionada com a agilidade e capacidade de mobilização.
Não estou dizendo que isso não aconteça aqui também. Recebi apoio de pessoas esse ano e sou muito grata por isso. Mas fico impressionada com a agilidade e capacidade de mobilização.
terça-feira, fevereiro 06, 2018
Choque Cultural?
Será que virei muito americanizada?
Eu fico meio chocada com tamanha religiosidade e sexualidade em conversas e mídia. Nas conversas o assunto tem sempre Deus e oração no meio (com exceção dos amigos jornalistas). E as músicas que fazem sucesso é sobre sexo e bunda. Eu não me importo que quem faz sucesso seja homem, mulher, drag, o que for mas a objetificação do corpo me incomoda.
Daí o menino na loja me pergunta sobre os EUA, diz que o sonho dele é ir pra lá porque celular e carro são mais baratos lá. Fala sério! O que eu gosto nos EUA não é o preço das coisas. É a segurança, a honestidade, a agilidade e mais chance de trabalhar em coisas que você gosta. É um sistema menos burocrático, uma cultura menos machista, amigos menos possessivos e neuróticos.
Mas como eu disse, coisas boas têm lá e aqui.
Agora depois de 10 dias, estou com um ótima impressão do hospital oncológico em que minha mãe está. Tratamento mais humanizado e comida mais natural.
Ah, e vocês sabiam que Floripa tem bem menos moradores de rua do que Los Angeles?
Eu fico meio chocada com tamanha religiosidade e sexualidade em conversas e mídia. Nas conversas o assunto tem sempre Deus e oração no meio (com exceção dos amigos jornalistas). E as músicas que fazem sucesso é sobre sexo e bunda. Eu não me importo que quem faz sucesso seja homem, mulher, drag, o que for mas a objetificação do corpo me incomoda.
Daí o menino na loja me pergunta sobre os EUA, diz que o sonho dele é ir pra lá porque celular e carro são mais baratos lá. Fala sério! O que eu gosto nos EUA não é o preço das coisas. É a segurança, a honestidade, a agilidade e mais chance de trabalhar em coisas que você gosta. É um sistema menos burocrático, uma cultura menos machista, amigos menos possessivos e neuróticos.
Mas como eu disse, coisas boas têm lá e aqui.
Agora depois de 10 dias, estou com um ótima impressão do hospital oncológico em que minha mãe está. Tratamento mais humanizado e comida mais natural.
Ah, e vocês sabiam que Floripa tem bem menos moradores de rua do que Los Angeles?
domingo, janeiro 21, 2018
Doenças e Necessidades
Tenho uma amiga aqui de 27 anos que está no estágio 4 de câncer. É muito triste ver alguém tão novo sofrendo desse jeito.
Mas uma coisa que eu acho bonita é o envolvimento dos amigos no processo. Um grupo está criando um leilão de arte e uma garage sale pra arrecadar dinheiro, além dos 5 mil arrecadados no site.
Os amigos visitam diariamente e ajudam no que for necessário e assim a família fica menos sobrecarregada. Quem não ajuda fisicamente, envia coisas que ela precisa como um travesseiro ou bandeja de cama.
Tem um website que se chama mealtrain.com que é uma forma de organizar as visitas onde cada um leva um prato para a pessoa ou pra família que está auxiliando em caso de cirurgia, doença ou parto.
E esse post é pra falar de uma diferença que sempre percebi entre aqui e o Brasil (generalizando uma vez mais). O americano é impressionante na questão ajuda prática. Eles sempre se mobilizam pra ajudar os outros no que for necessário FAZER. E os brasileiros na minha experiência têm sido melhores na questão força sentimental. Quando eu tive câncer, os amigos daqui me traziam refeições porque eu não podia ir ao supermercado e nem carregar peso. Mas quando rolou a depressão, foram as amigas brasileiras que deram mais força. É lógico que são generalizações com várias exceções.
Um exemplo disso é uma amiga da minha mãe que está sendo um anjo na vida dela, preparando comida, a levando no médico e tudo mais. Como eu amo essa mulher!
Se eu ficasse doente novamente onde seria melhor estar?
Mas uma coisa que eu acho bonita é o envolvimento dos amigos no processo. Um grupo está criando um leilão de arte e uma garage sale pra arrecadar dinheiro, além dos 5 mil arrecadados no site.
Os amigos visitam diariamente e ajudam no que for necessário e assim a família fica menos sobrecarregada. Quem não ajuda fisicamente, envia coisas que ela precisa como um travesseiro ou bandeja de cama.
Tem um website que se chama mealtrain.com que é uma forma de organizar as visitas onde cada um leva um prato para a pessoa ou pra família que está auxiliando em caso de cirurgia, doença ou parto.
E esse post é pra falar de uma diferença que sempre percebi entre aqui e o Brasil (generalizando uma vez mais). O americano é impressionante na questão ajuda prática. Eles sempre se mobilizam pra ajudar os outros no que for necessário FAZER. E os brasileiros na minha experiência têm sido melhores na questão força sentimental. Quando eu tive câncer, os amigos daqui me traziam refeições porque eu não podia ir ao supermercado e nem carregar peso. Mas quando rolou a depressão, foram as amigas brasileiras que deram mais força. É lógico que são generalizações com várias exceções.
Um exemplo disso é uma amiga da minha mãe que está sendo um anjo na vida dela, preparando comida, a levando no médico e tudo mais. Como eu amo essa mulher!
Se eu ficasse doente novamente onde seria melhor estar?
quinta-feira, novembro 09, 2017
Iris Apfel

E uma coisa que eu gosto nos EUA e na Europa é a quantidade de pessoas na 3ª idade que não param e têm uma vida super ativa. Muita gente mais velha em festas, em trilhas, em academia, em festivais, em acampamento, etc. Como aqui nos EUA é comum se mudar de casa aos 18 anos, os mais velhos não vivem somente em função de família. E aí quando vemos essas pessoas cheias de vitalidade bate a maior inspiração e faz a gente entender que ainda há muita coisa boa pra viver.
Um exemplo delas é Iris Apfel. Com seus 96 anos, essa novaiorquina é um ícone da moda e já possui mais de 700 mil seguidores no Instagram.
segunda-feira, novembro 06, 2017
Leis Bizarras em Nova York
Nova York anda na minha cabeça e estou com vontade de visitá-la mas ô cidade pra bizarrice.
A primeira que postei há um tempão foi a lei do cabaré. E esse ano descobri mais uma. Uma das coisas mais comuns na Califórnia é proibida em Nova York: comprar vinho no supermercado. Só é permitido comprar em liquor stores ou lojas especializadas de bebidas alcoolicas. Fala aí se não é uma lei muito esquisita.
A primeira que postei há um tempão foi a lei do cabaré. E esse ano descobri mais uma. Uma das coisas mais comuns na Califórnia é proibida em Nova York: comprar vinho no supermercado. Só é permitido comprar em liquor stores ou lojas especializadas de bebidas alcoolicas. Fala aí se não é uma lei muito esquisita.
domingo, novembro 20, 2016
Nossa Intolerância
Às vezes penso na dificuldade em lidarmos com as diferenças dos outros: raça, língua, tamanho, ideologias, educação, sexualidade, religião…praticamente tudo na vida.
É difícil ver a vida com os olhos de outra pessoa e muitas vezes a gente julga alguém sem considerar a história pessoal e cultural de cada um.
Como imigrante, eu lido com isso diariamente. Hoje vi um comentário de uma amiga enlouquecida porque o cachorro do vizinho estava latindo muito, o que no Brasil (ou aqui no meu bairro) é algo super comum.
Lá veio o pensamento: gente, não é grande coisa.
Mas depois me dei conta que na cultura do americano branco isso é grande coisa porque eles mantém os animais dentro de casa e não suportam ouvir latido interminável de cachorro. É uma reclamação bem comum que ouço de muita gente.
Lá veio o pensamento: gente, não é grande coisa.
Mas depois me dei conta que na cultura do americano branco isso é grande coisa porque eles mantém os animais dentro de casa e não suportam ouvir latido interminável de cachorro. É uma reclamação bem comum que ouço de muita gente.
O mesmo acontece com a bagagem que trago por ter crescido em outro país. Às vezes tento explicar essas diferenças mas é difícil ver a questão pelos meus olhos porque eles não viveram aquela realidade.
No final todos cometemos intolerância sem perceber.
sexta-feira, abril 08, 2016
Engajamento
Quando eu morava no Brasil, estava sempre envolvida em ajudar os outros. Servia de ombro pra muita gente, tinha dedicação total no movimento estudantil, fiz um projeto na Amazônia e ajudei amigos em emergências hospitalares. A impressão que eu tenho é que em Floripa as pessoas viviam mais na sua, sem muito envolvimento comunitário (com exceções, claro), então eu sentia que era minha responsabilidade salvar o mundo (hahaha).
Um trabalho voluntário que achei bem gratificante foi ajudar na reconstrução de Pisco no Peru com o Burners Without Borders. A cidade tinha sido destruída num terremoto e muitas pessoas continuavam a dormir em barracas mesmo 6 meses depois.
Na comunidade burner aqui em Los Angeles, eu sinto que fiquei pra trás no meu engajamento pois pra onde quer que eu vire, eu vejo alguém super envolvido em alguma causa e eu entrei no meu "survival mode". Fico na preocupação de fazer dinheiro suficiente pra sobreviver, já que não tenho férias ou estabilidade. Então quando tenho tempo livre, só quero descansar. Quando eu posso, ainda sirvo de ombro pra algum amigo, faço vaquinha pra presentear alguém, umas coisinhas aqui outra ali, e já até ajudei um amigo a deixar o alcoolismo e curar da depressão mas nem chega aos pés do que esse pessoal faz.
Dentre as várias atividades, o pessoal organiza memorial, vaquinha pra ajudar alguém em emergência, comida e produtos cosméticos para moradores de rua, campanha política, votação na câmara de vereadores, horta comunitária, jantares de Thanksgiving e Natal pra quem não tem onde passar, além de doações financeiras pra várias entidades. Eles são muitíssimo práticos.
É muito louco isso pois por um lado a cultura americana é ultra individualista. O espaço pessoal de cada um é algo importantíssimo, tipo é mais fácil eles pagarem um hotel pra você ficar do que dividirem o canto deles. Por outro lado, fazem muitas ações para os outros como por exemplo, são os que mais fazem doações para ONGs.
E você, conta aí uma atividade altruísta sua.
Um trabalho voluntário que achei bem gratificante foi ajudar na reconstrução de Pisco no Peru com o Burners Without Borders. A cidade tinha sido destruída num terremoto e muitas pessoas continuavam a dormir em barracas mesmo 6 meses depois.

Dentre as várias atividades, o pessoal organiza memorial, vaquinha pra ajudar alguém em emergência, comida e produtos cosméticos para moradores de rua, campanha política, votação na câmara de vereadores, horta comunitária, jantares de Thanksgiving e Natal pra quem não tem onde passar, além de doações financeiras pra várias entidades. Eles são muitíssimo práticos.
É muito louco isso pois por um lado a cultura americana é ultra individualista. O espaço pessoal de cada um é algo importantíssimo, tipo é mais fácil eles pagarem um hotel pra você ficar do que dividirem o canto deles. Por outro lado, fazem muitas ações para os outros como por exemplo, são os que mais fazem doações para ONGs.
E você, conta aí uma atividade altruísta sua.
quinta-feira, fevereiro 04, 2016
Novos Ares
Tem vários posts na cabeça pra escrever mas já estou num ritmo mais acelerado de trabalho com as aulas, a empresa de videogame e mais um projeto pro YouTube. Não posso reclamar pois cheguei numa fase da minha vida onde faço meu próprio horário e ainda curto o que faço. Gosto de trabalhar com línguas, ideias e vídeos e com uma boa dose de autonomia. Só falta um trabalho em que eu possa viajar mais.
Além do mais, tem a visita da minha mãe que não aparecia há SETE anos. Então o pouco tempo que sobra é pra dar atenção e cozinhar pra ela.
Este ano vai fazer 15 (QUINZE!) anos que estou em Los Angeles. Eu jamais imaginei que moraria aqui tanto tempo. Eu gosto da variedade de opção cultural nesta metrópole. Gosto do fato de ter praia e montanha, de ser segura, das várias nacionalidades e tribos, do clima ensolarado, da variedade gastronômica, da mentalidade liberal e progressista.
Só que é um local que vangloria a juventude. É um ótimo lugar pra se viver entre os 20 e 40 anos. Desde o ano passado eu ando sentindo uma necessidade gigantesca de novos ares na minha vida: novos amigos, energia, ar, ambiente. Na verdade acho que estou me cansando do American Way of Life, principalmente depois de ter visto um país socialista onde a comunidade tem uma importância tão forte. As prioridades e visões de vida não estão mais batendo com as minhas. Tem também o fato que ando com vontade de desacelerar.
E aí vem o dilema. Não me sinto com energia de recomeçar tudo do zero principalmente na questão trabalho. Na verdade não saberia nem dizer pra onde eu gostaria de me mudar. Onde encontrar qualidade de vida, segurança, natureza e trabalho? E o pior, como conseguir documento pra viver em outro país?
Dois anos e meio atrás, uma healer me disse que eu não estava pronta pra mudar pra Floripa e que se eu mudasse seria em 2 anos. Não entendia o porquê. Não fazia nenhum sentido. Logo depois minha carreira deu um boom repentino e acredito que eu precisava passar por essa experiência. Além disso, vi que tinha a ver com o câncer e os outros trocentos desafios que passei pra querer recomeçar uma nova fase. Mas um dos desafios tem a ver com não querer nem pisar em Floripa no momento. Então acho que Floripa não rola mais.
Acho que LA deu certo na época porque eu não tinha a mínima intenção de morar aqui. Na minha cabeça seria bem passageiro mas mudar conscientemente de cidade...ainda não encarei. Vamos ver se o vento me leva pra algum lugar em breve ou se fico por aqui mesmo.
Além do mais, tem a visita da minha mãe que não aparecia há SETE anos. Então o pouco tempo que sobra é pra dar atenção e cozinhar pra ela.
Este ano vai fazer 15 (QUINZE!) anos que estou em Los Angeles. Eu jamais imaginei que moraria aqui tanto tempo. Eu gosto da variedade de opção cultural nesta metrópole. Gosto do fato de ter praia e montanha, de ser segura, das várias nacionalidades e tribos, do clima ensolarado, da variedade gastronômica, da mentalidade liberal e progressista.
Só que é um local que vangloria a juventude. É um ótimo lugar pra se viver entre os 20 e 40 anos. Desde o ano passado eu ando sentindo uma necessidade gigantesca de novos ares na minha vida: novos amigos, energia, ar, ambiente. Na verdade acho que estou me cansando do American Way of Life, principalmente depois de ter visto um país socialista onde a comunidade tem uma importância tão forte. As prioridades e visões de vida não estão mais batendo com as minhas. Tem também o fato que ando com vontade de desacelerar.
E aí vem o dilema. Não me sinto com energia de recomeçar tudo do zero principalmente na questão trabalho. Na verdade não saberia nem dizer pra onde eu gostaria de me mudar. Onde encontrar qualidade de vida, segurança, natureza e trabalho? E o pior, como conseguir documento pra viver em outro país?
Dois anos e meio atrás, uma healer me disse que eu não estava pronta pra mudar pra Floripa e que se eu mudasse seria em 2 anos. Não entendia o porquê. Não fazia nenhum sentido. Logo depois minha carreira deu um boom repentino e acredito que eu precisava passar por essa experiência. Além disso, vi que tinha a ver com o câncer e os outros trocentos desafios que passei pra querer recomeçar uma nova fase. Mas um dos desafios tem a ver com não querer nem pisar em Floripa no momento. Então acho que Floripa não rola mais.
Acho que LA deu certo na época porque eu não tinha a mínima intenção de morar aqui. Na minha cabeça seria bem passageiro mas mudar conscientemente de cidade...ainda não encarei. Vamos ver se o vento me leva pra algum lugar em breve ou se fico por aqui mesmo.
sexta-feira, janeiro 15, 2016
Comida nos EUA
Ainda não me animei pra sentar e escrever sobre a viagem mas quero comentar algo que os americanos estranham quando vão para outro país. A gente sabe que não existe comida americana propriamente dita a não ser hamburguer. Aliás, aqui na Califórnia comida local é praticamente o mesmo que comida mexicana.
O americano tem o costume de cada dia comer um tipo de comida diferente: mexicana, italiana, indiana, tailandesa, japonesa... você raramente vê alguém repetindo na mesma semana.
Então já percebi uma certa agonia quando eles viajam pra outros países e precisam comer sempre o mesmo tempero básico e o mesmo tipo de comida.
Acho que me acostumei com esse hábito também.
Segunda foi sushi, hoje foi indiana...
O americano tem o costume de cada dia comer um tipo de comida diferente: mexicana, italiana, indiana, tailandesa, japonesa... você raramente vê alguém repetindo na mesma semana.
Então já percebi uma certa agonia quando eles viajam pra outros países e precisam comer sempre o mesmo tempero básico e o mesmo tipo de comida.
Acho que me acostumei com esse hábito também.
Segunda foi sushi, hoje foi indiana...
sábado, outubro 17, 2015
Da série coisas que não entendo
Por que será que todos os meus vizinhos SÓ escutam mariacchi? Jamais um ritmozinho diferente. Sempre o mesmo tipo de música.
Aliás deve ser muito difícil morar em outro país e estar isolado completamente da cultura local inclusive a língua e sem menor vontade de mudar.
Aliás deve ser muito difícil morar em outro país e estar isolado completamente da cultura local inclusive a língua e sem menor vontade de mudar.
quinta-feira, outubro 08, 2015
Limpeza

E uma vez que uma menina que morava comigo usou a minha panela pra deixar as calcinhas de molho?
Por outro lado, são altamente germofóbicos. Não dividem copos. Não chegam perto de quem está resfriado.
É lógico que existem várias exceções dos 2 lados mas num contexto geral, temos essas diferenças.
Eu raramente vejo uma casa no Brasil que seja muito suja e bagunçada como vejo aqui.
sexta-feira, março 14, 2014
Ciúmes (2)
Após 14 anos nos EUA, estou com planos de voltar ao Brasil apesar de estar muitíssimo insegura com esse passo por várias questões.
Uma delas é o relacionamento possessivo de casais na cultura latina. É algo que me incomoda demais. Vivo com um pessoal que é extremamente liberal. Todos brincam com todo mundo, abraçam, brincam, conversam e jamais presenciei um clima tipo "quem é aquela pirua conversando com meu marido?" Lógico que nem todos os meus amigos no Brasil são assim mas SEMPRE passo por uma situação estranha.
Um exemplo está aqui.
Dois meses atrás quando estava no Brasil encontrei uma turma de amigos quando tinha 16 anos. A gente não se via há 2 décadas e a felicidade de reencontrá-los foi enorme. Eu sempre andei com homem. Naquela época então eu era super moleque. Conversamos muito, eles me trataram super bem, batemos fotos e claro, postamos no nosso grupo. Dois dias depois uma das esposas começa a mandar comentários irritadinhos. Lá vem! Resolvi mandar uma mensagem pra ver se acabava com as neuras mas o resultado foi desastroso e ela me xingou horrores.
Não sei se ainda tenho paciência pra lidar com inseguranças assim, de ficar vigiando meu comportamento diante de homens comprometidos. Quem me conhece sabe que jamais daria em cima de homem casado mas ter de agir friamente pra evitar ciúmes me faz sentir outra pessoa.
sábado, junho 25, 2011
Terra Brasilis
Cheguei nesta terça e fico mais um mês.
Certas coisas dão saudade e é bom voltar. Em certos aspectos eu sempre vou ser brasileira. Mas com 11 anos de EUA, às vezes a gente se sente bem gringa também. Ainda mais eu que me adaptei bem com a turma de lá.
Uma das coisas que já senti dificuldade nesta semana é marcar compromissos. E isso cada vez mais me incomoda. Convido alguém pra passar um fim de semana na praia que diz que vai mas depois prefere ficar em casa. Marco com alguém que aparece 2hs depois. Esse foi um dos motivos que acabei me afastando da comunidade brasileira nos EUA. Em um ano, não consegue se marcar nem um dia pra se ver. Também noto que sempre querem que os visitemos mas muitos não visitam.
Talvez porque nós brasileiros temos dificuldade de planejar com antecedência. Muito se vai pelo ímpeto, pelo clima no dia. Tudo é muito espontâneo. Mas acho legal encontrar um equilíbrio nessa história, né não? A turma lá marca acampamento em 3 meses e eu também penso: "pô, sei lá o que vou fazer semana que vem, quem me dirá daqui a 3 meses". Mas se eu me comprometo, eu tento cumprir.
Certas coisas dão saudade e é bom voltar. Em certos aspectos eu sempre vou ser brasileira. Mas com 11 anos de EUA, às vezes a gente se sente bem gringa também. Ainda mais eu que me adaptei bem com a turma de lá.
Uma das coisas que já senti dificuldade nesta semana é marcar compromissos. E isso cada vez mais me incomoda. Convido alguém pra passar um fim de semana na praia que diz que vai mas depois prefere ficar em casa. Marco com alguém que aparece 2hs depois. Esse foi um dos motivos que acabei me afastando da comunidade brasileira nos EUA. Em um ano, não consegue se marcar nem um dia pra se ver. Também noto que sempre querem que os visitemos mas muitos não visitam.
Talvez porque nós brasileiros temos dificuldade de planejar com antecedência. Muito se vai pelo ímpeto, pelo clima no dia. Tudo é muito espontâneo. Mas acho legal encontrar um equilíbrio nessa história, né não? A turma lá marca acampamento em 3 meses e eu também penso: "pô, sei lá o que vou fazer semana que vem, quem me dirá daqui a 3 meses". Mas se eu me comprometo, eu tento cumprir.
segunda-feira, junho 13, 2011
"Festa Americana"
Quando cheguei aqui, achava que essa coisa de "potluck", também conhecido como festa americana era uma boa idéia. Cada um trazia algo e o dono da casa não precisava se preocupar com tanta coisa. Mudei de idéia. Após 11 anos de potlucks cansei de comer chips and salsa, hummus e pita. Sempre tem um evento e ninguém tem paciência para preparar alguma coisa especial todo fim de semana.
quinta-feira, dezembro 02, 2010
Diferenças
Hoje, uma amiga que muda pra lá (Florianópolis) e pra cá (Los Angeles) estava reclamando que não aguenta mais morar aqui. Mal chegou em setembro e já estará voltando em fevereiro. Entendo que pra quem tem filho, Floripa deve ser mesmo uma ótima opção. Pra mim, acho que morreria de tédio. Um dos motivos é que adoro os festivais alternativos de arte e música por aqui.
Daí fiquei pensando sobre algumas coisinhas que eu gosto nessa terra. Já comentei outras vezes que admiro o respeito, mais segurança e menos burocracia. Mas hoje pensei na falta de comentários sobre novela e futebol. Alívio. Também tem a ausência de Carnaval e menos piadas tirando sarro com a cara (e a fraqueza/defeitos) dos outros, que é um senso de humor bem diferente do meu.
Daí fiquei pensando sobre algumas coisinhas que eu gosto nessa terra. Já comentei outras vezes que admiro o respeito, mais segurança e menos burocracia. Mas hoje pensei na falta de comentários sobre novela e futebol. Alívio. Também tem a ausência de Carnaval e menos piadas tirando sarro com a cara (e a fraqueza/defeitos) dos outros, que é um senso de humor bem diferente do meu.
sexta-feira, junho 11, 2010
Barulhos da cidade
Em Los Angeles, sirenes e helicópteros são constantes no dia-a-dia da cidade.
Em Floripa, megafones. Aqui a propaganda na loja ou na rua ainda é na função do berro.
Em Floripa, megafones. Aqui a propaganda na loja ou na rua ainda é na função do berro.
quarta-feira, fevereiro 03, 2010
Noivados
Hoje estava conversando com uma aluna sobre pedidos de noivado já que meu amigo na Flórida está preparando algo especial pra namorada e minha amiga no Texas acabou de noivar também(foto). A minha aluna que é casada com um brasileiro, disse que o marido se virou no meio da noite e disse: quer casar? Depois compraram o anel pela internet e pronto. No Brasil, não lembro de ninguém preparar algo especial pra pedir a mão de alguém. Tudo muito casual. Aliás, noivar já nem parece tão comum.
Aqui pedir a mão em casamento continua uma tradição. O homem geralmente prepara algo especial, se ajoelha, entrega o anel, fim-de-semana especial, essas coisas todas.
E você? Como foi?
segunda-feira, fevereiro 01, 2010
Péssima mania
Tenho que parar com essa mania de criticar o Brasil pros brasileiros e criticar os EUA pros americanos. Adoro a honestidade da minha amiga Dawna que veio dizer que eu soo como se não gostasse daqui, o que não é nem um pouco verdade. Que mania de ser do contra! Ela disse que talvez seja a mentalidade do viajante já que ela fez a mesma coisa quando esteve agora na Índia. De qualquer forma, vou tentar parar com as comparações.
quinta-feira, junho 30, 2005
e falando em cachorros...
Unindo diferenças culturais, crianças, homens e cachorros num só post.
Mães sempre ficam ofendidas se faço alguma relação com pessoas que educam cachorros e pessoas que educam crianças mas o fato é que a cada dia que passa vejo mais coisas em comum. Me desculpe se alguém se ofende com isso.
Hoje operamos a Nina porque ela estava quase na hora de entrar no cio e o Pimpy ia fazer a festa. Aqui todo mundo castra ou liga (tira?) os ovários. Não encontrei injeção anticoncepcional. A única opção é operar, que eles chamam de fix/spay/neuter o bichinho de estimação. Eu não estou muito certa da decisão tomada. Agora estamos aqui apavorados porque parece que os pontos estão abrindo e ela está sangrando.
Todo mundo aqui spay e se você não faz isso, eles te olham de cara feia. Os argumentos são vários: porque o cachorro fica mais obediente e menos agressivo, porque pára de montar em todo cachorro ou perna que vê pela frente, porque não há risco de eles terem câncer nos ovários ou testículos e principalmente porque já tem animal suficiente virando sabão todos os anos. Várias pessoas descobrem que não têm tempo pra se dedicar ao bichinho de estimação (ou vários outros motivos) e acabam dando pra carrocinha, na verdade para o pound ou animal shelter, um lugar que eles passam meses até serem adotados e se ninguém adota, eles sacrificam.
E onde o homem entra nessa história? Uma coisa que sempre pensei em escrever mas nunca tive audácia foi sobre circuncisão. Quando morava no Brasil, achava que só judeu é que passava por isso. Qual não foi minha surpresa em saber que a maioria dos americanos passam por essa operação? Você sabia disso? Eu não fazia a menor idéia. Assim como o cachorro americano, o homem aqui passa por uma operação no início da vida e as pessoas também olham de cara feia se o homem mantém o p... ao natural (são tantos nomes mas nunca sei qual usar). Eles consideram até anti-higiênico e mais propenso a doenças (mesmo argumento na operação dos animais). Eu acho que isso tudo é história pra boi dormir.
Mais uma das nossas diferenças porque castrar um bicho no Brasil é considerado algo completamente anormal e terrível de se fazer. adendo: Outro fator que conta é que lá grande parte não está disposta ou não tem condições de gastar dinheiro com os amigos de 4 patas. Mesma coisa com circuncisão e pra colocar crianças no mesmo balaio, estava lendo um blog em que as crianças fazem a maior bagunça em lojas de departamento por aqui. Geralmente essas crianças são latinas. Porque somos do país em que a liberdade prevalece sobre a disciplina. Gostamos de deixar os pênis, as crianças e os cachorros do jeito que vieram ao mundo.
A única coisa que está mudando é em relação ao corpo feminino. Volta e meia alguém comenta que o Brasil é o campeão mundial em cirurgia plástica mas isto é conversa pra outra hora.
Mães sempre ficam ofendidas se faço alguma relação com pessoas que educam cachorros e pessoas que educam crianças mas o fato é que a cada dia que passa vejo mais coisas em comum. Me desculpe se alguém se ofende com isso.
Hoje operamos a Nina porque ela estava quase na hora de entrar no cio e o Pimpy ia fazer a festa. Aqui todo mundo castra ou liga (tira?) os ovários. Não encontrei injeção anticoncepcional. A única opção é operar, que eles chamam de fix/spay/neuter o bichinho de estimação. Eu não estou muito certa da decisão tomada. Agora estamos aqui apavorados porque parece que os pontos estão abrindo e ela está sangrando.
Todo mundo aqui spay e se você não faz isso, eles te olham de cara feia. Os argumentos são vários: porque o cachorro fica mais obediente e menos agressivo, porque pára de montar em todo cachorro ou perna que vê pela frente, porque não há risco de eles terem câncer nos ovários ou testículos e principalmente porque já tem animal suficiente virando sabão todos os anos. Várias pessoas descobrem que não têm tempo pra se dedicar ao bichinho de estimação (ou vários outros motivos) e acabam dando pra carrocinha, na verdade para o pound ou animal shelter, um lugar que eles passam meses até serem adotados e se ninguém adota, eles sacrificam.
E onde o homem entra nessa história? Uma coisa que sempre pensei em escrever mas nunca tive audácia foi sobre circuncisão. Quando morava no Brasil, achava que só judeu é que passava por isso. Qual não foi minha surpresa em saber que a maioria dos americanos passam por essa operação? Você sabia disso? Eu não fazia a menor idéia. Assim como o cachorro americano, o homem aqui passa por uma operação no início da vida e as pessoas também olham de cara feia se o homem mantém o p... ao natural (são tantos nomes mas nunca sei qual usar). Eles consideram até anti-higiênico e mais propenso a doenças (mesmo argumento na operação dos animais). Eu acho que isso tudo é história pra boi dormir.
Mais uma das nossas diferenças porque castrar um bicho no Brasil é considerado algo completamente anormal e terrível de se fazer. adendo: Outro fator que conta é que lá grande parte não está disposta ou não tem condições de gastar dinheiro com os amigos de 4 patas. Mesma coisa com circuncisão e pra colocar crianças no mesmo balaio, estava lendo um blog em que as crianças fazem a maior bagunça em lojas de departamento por aqui. Geralmente essas crianças são latinas. Porque somos do país em que a liberdade prevalece sobre a disciplina. Gostamos de deixar os pênis, as crianças e os cachorros do jeito que vieram ao mundo.
A única coisa que está mudando é em relação ao corpo feminino. Volta e meia alguém comenta que o Brasil é o campeão mundial em cirurgia plástica mas isto é conversa pra outra hora.
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