sexta-feira, fevereiro 29, 2008

Retorno

Faz uma semana que voltei a LA. Ainda não vi os amigos mas é bom falar com eles no telefone e sempre ouvir um grande "Welcome Back!". Dá até vontade de partir mais um mês pra ouvir isso de novo. Opa, pode ser que realmente eu saia por mais um mês.

Por enquanto, estou aqui tentando definir e recomeçar tudo de novo procurando carro, trabalho e casa pra morar.

Não posso reclamar de monotonia.

quinta-feira, fevereiro 21, 2008

Ultimo Dia

Fazia 4 dias que tentava vir a Pisco mas não conseguia nem comprar passagem. Os agricultores finalmente liberaram as estradas numa trégua de 48 horas após 4 mortos em conflitos com a polícia.
Pensei em ir direto pra Lima mas os meus anfitriões não pareciam estar com vontade de receber visitas. Então vim pra Pisco mesmo que seja pra passar 2 dias, quando descobri que não viajo no sábado e sim amanhã! Ainda bem que resolvi conferir a data.
Eu estava louca pra partir mas aí chego aqui em Pisco com o dobro de voluntários comparado há 2 semanas. Tem mais projetos ainda, pessoas mais legais...pra variar, fico dividida.

segunda-feira, fevereiro 18, 2008

Na Radio de Arequipa

Hits que tocaram esta tarde: Menina Veneno do Ritchie e Aguenta Coraçao na versao espanhola.

Eu estava indo pra Pisco hoje mas uma greve dos agricultores bloqueou a estrada e eu nao pude sair da cidade. Pelo jeito vou ficar por aqui mais um tempo.

Arequipa

Cheguei em Arequipa na última sexta depois de uma viagem tumultuada com policia apreendendo contrabando dentro do onibus.
A cidade fica a 2400m acima do nivel do mar cercada de montanhas nevadas e vulcoes, sendo que um ativo. É a segunda maior cidade do país e com jeito mais espanhol que indígena que vi até agora.
Aqui tem vários "passeios ecológicos": rafting, trekking, cross country biking, canyons.
Como estou sozinha, resolvi fazer a primeira excursao da minha vida adulta. Nunca tive muita vontade de viajar em "tour" e virar aquele turista tradicional com horário marcado, restaurante para turista comer, parada para comprar souvenir, sem ter muito contato com o povo local. Mas no final nao foi tao ruim pois o nosso guia tinha um jeito revolucionário e falou dos conflitos de Ayacucho, projetos de irrigacao, beneficios da folha de coca, aquecimento global, etc.
Subimos a 5600m de altitude e depois ficamos em Chivay, uma vila com arquitetura pré-inca no meio do Vale do Colca a 3600m de altitude. Dancar bambole a essa altura nao foi muito facil e depois de um tempo a respiracao falhou.
No dia seguinte fomos ver o canyon que é considerado o mais profundo do mundo e a atracao principal que sao os condores da regiao. Tivemos muita sorte porque vimos vários voando sobre a nossa cabeca, o que nao é muito comum nessa época.
Em poucos dias, estarei de volta em LA. Ainda nao me decidi se paro em Pisco. Toda essa viagem tem sido otima mas estou pronta pra voltar a um "porto seguro", apertar meus cachorros, ver meus amigos, dancar a noite toda e nao ficar mais doente.

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Carnaval em Puno

Quando comecei a conhecer Cusco, era hora de partir. Cheguei em Puno as 5:30 da manha. Deixamos as coisas no hotel e fizemos um passeio de barco pras Ilhas Flutuantes dos Uros e Ilha Taquile, onde os nativos ainda se vestem a caráter. Aliás, aqui em Puno foi onde vi mais vestimentas tradicionais.
A primeira impressao de Puno é de que era mais pobre que Pisco mas na verdade o que nao sabíamos é que estávamos andando na favela. O parque de diversoes é cheio de mesas de pimbolim ou totó.
Desde que saí de Pisco estou viajando com a Kendall de San Francisco e o Jon da Suécia, ambos acima de 1,80m. Imagina esses loiros gigantes andando com essa mulher miniatura?
Como eu disse antes, o Carnaval aqui acontece cada semana numa cidade diferente e cada cidade tem sua tradiçao. A noite fomos assistir a Festa da despedida da Virgem na praça da cidade e de repente um grupo nos puxou pro desfile logo atrás da banda. Fomos pulando juntos até o morro onde todas as bandas se reúnem. AS bandas lembram um pouco as marchinhas de Carnaval e os blocos do Rio, exceto pelo ritmo. Todo mundo super bem vestido e os homens todos de ternos. Acho que éramos os únicos gringos nas festividades. O povo aqui é o mais acolhedor que eu conheci no Peru até agora. Eles ficaram nos ensinando a dança típica, convidando pra desfilar no ano que vem, pegando nossos e-mails e nos enchendo de bebida. Dançamos horas e horas e finalmente pudemos assistir algo nao turístico.

Amanha parto sozinha pra Arequipa.

terça-feira, fevereiro 12, 2008

Ontem eu bamboleei na Cidade Perdida

Eu nao pensei que ficaria tao impressionada com Machu Picchu mas agora eu entendo porque as pessoas falam tanto deste lugar. Me deu vontade de ler tudo sobre os incas.
Desde que eu comecei essa viagem, eu visualizava dancando com meu fiel companheiro na Cidade Sagrada. Foi rapidinho mas que sensacao de liberdade! Eu e meu bambole quando a cidade ainda estava bem vazia. Tai, acho que fiz uma coisa inedita.
Fui uma das primeiras a chegar e uma das ultimas a sair. Andei toda trilha possivel, todo pedacinho da cidade. Isso eh o que da andar com um casal 10 anos mais novo do que eu e o dobro do meu tamanho.

Amanha ou depois de amanha eu parto de Cusco mas ainda nao tenho certeza pra onde.

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

Continuo bem doente e se eu continuar assim, acho que vou pra Lima.
Hoje foi feriado e as pessoas foram as ruas pra um protesto contra a privatizacao de Machu Picchu.

obs: Eu nao sabia que a bandeira de Cuzco era tao parecida com a bandeira gay.

Tradição carnavalesca aqui é jogar água nos outros a semana toda. Em Pisco ficamos encharcados.

quarta-feira, fevereiro 06, 2008

Contratempos na estrada

Passei o último fim-de-semana na Reserva Nacional de Paracas, um deserto à beira da praia onde há várias espécies de animais como leão marinho, pinguim, golfinho e inúmeras aves. Um dos voluntários, o australiano Pete que está viajando há 11 anos, nos levou para um vôo duplo de parapente. Antes de sair de LA, ganhei um vôo de monomotor e agora parapente. Amei!
Segunda foi minha última noite em Pisco. Todos os voluntários insistiram para eu ficar e depois de tanta convivência e ideais em comum, foi bem difícil partir. Sinto falta deles. Eu queria ficar mais mas aproveitei pra viajar com a Kendall, uma garota de San Francisco.
Pegamos uma carona até a Panamericana e depois um ônibus pra Ica. Passamos o dia em Huacachina, um oásis perto da cidade com as maiores dunas que eu já vi na minha vida. A intenção era de ir pra Arequipa mas como não tinha ônibus naquele dia, partimos pra Cuzco. O problema é que uma salmonella me atacou e foi uma das viagens mais difíceis que eu já fiz. 17 horas de ônibus, uma televisão quase despencando na minha cabeça, um sueco gritando enquanto dormia e eu com uma baita febre. Depois da catapora em Paris, isso tá virando rotina.
Cheguei em Cuzco há uma hora. Bom ver tanto verde depois de tanta destruição apesar que estou com saudade de Pisco e vontade de voltar.

sábado, fevereiro 02, 2008

Ultima semana

Esta eh a minha ultima semana em Pisco. Os 10 primeiros dias foram dificeis pelas condicoes da cidade ainda mais no bairro em que estamos. Pisco eh considerado um dos lugares mais perigosos do Peru e Pisco Playa, onde estamos eh praticamente o pior bairro da cidade e portanto, o que mais precisa de assistencia.
Essa semana trabalhei com um canadense, um ingles e 2 suiccas reformando a biblioteca de uma escola. Derrubamos parede, pintamos, fizemos uma estante, graccas a doaccao de um americano.
Conseguir recursos para tantos projetos eh a maior dificuldade.
Agora ja estou com mais animo de trabalhar e ja estou mais enturmada. Nem da mais vontade de ir pois ha tanta coisa pra fazer. Alias, todo mundo acaba ficando mais do que o esperado. Muitos destes voluntarios, ja trabalharam em outros desastres como o Tsunami e o Katrina e esta sendo muito bom conviver com esses viajantes que chegam a passar anos na estrada. Muita inspiracao.