terça-feira, setembro 30, 2003

Filme
Esqueci de contar. Semana passada assisti Lost in Translation de Sofia Coppola, estrelando Bill Murray. Lento mas muito bom porque eh mais psicologico. O choque de culturas eh um tema que me interessa demais mesmo porque faz parte do meu dia-a-dia.

domingo, setembro 28, 2003

Estou agora num loft em downtown LA. Quatro andares, muito bem decorado. Morar num loft é um sonho.
Sábado foi vez dos burners (comunidade Burning Man) de Orange County se reunirem(pela primeira vez). Orange County é o "município" ao sul de Los Angeles. É um dos lugares mais lindos da Califórnia na minha opinião mas também o mais conversador. Talvez por isso não tem muita gente que vai ao Burning Man.
Umas 50 pessoas apareceram em Huntington State Beach Park. Fogueira, firedancers... vieram umas crianças perguntarem se dou aula de bambolê. Fiquei perplexa.

sexta-feira, setembro 26, 2003

Radiohead
Toda banda que eu curto vem da Inglaterra. O show foi no Hollywood Bowl, especialmente construído pra orquestras sinfônicas. São poucas bandas de rock que têm o privilégio de tocar lá. Iluminação do palco foi demais e ouvi dizer que é o primeiro show que o vocalista interagiu um pouco mais com o público e dançou (parecia o vocalista do Joy Division dançando).
Eu nunca fui muito fã deles e foi estranho assistir um show que eu não conheço bem as músicas. Mas valeu! Se eu falar que não, me matam. O som que eles produzem, não vi nenhuma outra banda tocar. E você pensa que é tudo sintetizador. Não é! Não sei de outra banda que represente melhor o rock do ano 2000 como eles.
Todo mundo dizia que depois que eu assistisse ao show, ia se tornar minha banda preferida mas não sei não. David Bowie e Bono falaram que é a melhor banda ao vivo da atualidade.

O que eu perdi foi White Stripes que tocou semana passada.

quinta-feira, setembro 25, 2003

Uma das melhores noticias deste ano:

Tribunal anula execução de nigeriana condenada ao apedrejamento


LAGOS - Um Tribunal Islâmico de Apelação rejeitou hoje, devido à existência de 'falhas técnicas' no processo, a condenação à morte por apedrejamento decretada no ano passado contra a nigeriana Amina Lawal por ter ficado grávida sem estar casada.
A mulher, uma divorciada de 31 anos, foi condenada a ser enterrada até as axilas e ser morta a pedradas depois de ser denunciada pelos moradores da aldeia de Kurami por ter dado à luz em janeiro de 2002 Wasila, seu quinto filho, sem estar casada.
Lawal foi sentenciada depois de admitir que tinha ficado grávida após divorciar-se de seu segundo marido, o que a convertia em uma adúltera segundo a lei islâmica (sharia) em vigor em 12 dos 18 estados do norte da Nigéria. O suposto pai da menina, Yahaya Mohamed, que segundo Lawal tinha prometido casar-se com ela, foi absolvido por 'falta de provas'.
A implantação da 'sharia' criou grandes divisões na Nigéria, o país mais populoso da África com 130 milhões de habitantes. Praticamente 50% da população, que vivem no norte, praticam o islamismo, e os outros 50%, religiões cristãs e animistas no sul do país. As diferenças religiosas causaram graves enfrentamentos, como os ocorridos em 2000 no estado de Kaduna (norte), onde morreram quase duas mil pessoas e muitas casas, mesquitas e templos foram incendiados.
Os incidentes se repetiram no ano passado em menor escala, mas mais de duzentas pessoas morreram devido à rejeição dos muçulmanos à realização, pela primeira vez no país, do concurso de Miss Mundo.


quarta-feira, setembro 24, 2003

Mais uma do Burning Man
Esqueci de contar uma história que foi uma das que mais me impressionou. No 2o. dia do festival, eu e 2 amigas estávamos caminhando e em busca de um "art car" pra pegar uma carona. Nada de carro. Finalmente passou um pequeninho. Naquele papo básico de início, onde vc mora?" e blablabla... o cara diz: Eu moro no Brasil. De imediato veio a lembrança: Você é fotógrafo? sim. Você é o John?
PQP, não é que eu conhecia o cara? Nos conhecemos em Jericoacoara em 1998 quando eu estava de férias por lá e ele fotografando pro New York Times. Em dezembro de 2000, eu estava assistindo um campeonato de surf em Sunset Beach, Hawaii e tá o John sentado no meu lado!!! Nos encontramos em lugares completamente distintos em intervalos de 2 anos.
Os 2 ficaram com cara de bobo. Mundinho pequeno, não? É coincidência ou o que? Qual será o próximo ponto?
Bike e ônibus
Outra coisa legal por aqui é que a maioria dos ônibus vêm com rack pra 2 bicicletas. Prático e facilita bastante. Em Floripa não dá pra combinar os 2 meios de transporte.

terça-feira, setembro 23, 2003

Parasita de gato altera personalidade de humanos, diz pesquisa

Cientistas estão responsabilizando os gatos por infectar metade da população da Grã-Bretanha com um parasita que pode alterar a personalidade das pessoas.
Os dados emergem de pesquisas de universidades britânicas, tchecas e americanas feitas em torno do Toxoplasma gondii, um protozoário que existe em quase toda a população de felinos.
Os homens infectados, segundo o estudo, tendem a ser mais agressivos, anti-sociais e menos atraentes. As mulheres, por outro lado, se tornam mais desejáveis e divertidas, mas menos confiáveis e possivelmente mais promíscuas.
O achado está levando os cientistas também a associar a contaminação endêmica da população de gatos com a cultura de um país. A França, por exemplo, têm mais gatos infectados do que a Grã-Bretanha, o que explicaria por que as mulheres francesas são consideradas mais sensuais do que as britânicas, segundo a pesquisa.

sexta-feira, setembro 19, 2003

Lula é um dos principais candidatos ao Prêmio Nobel da Paz

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está entre os favoritos ao Prêmio Nobel da Paz de 2003, disse nesta sexta-feira o diretor do Instituto Internacional para a Pesquisa da Paz, o norueguês Stein Tonnesson.
O diretor do instituto Nobel, Geir Lundestad, revelou que já há 165 personalidades e instituições propostas para o Prêmio.
Entre as candidaturas confirmadas estão as de Jacques Chirac, Bono, Tony Blair, George W. Bush, Hans Blix, a UE, a Cruz Vermelha, Hamid Karzai, o Papa João Paulo 2o e a força de paz americana.
Em princípio, o Comitê Nobel deveria tomar uma decisão dentro de 10 dias, em uma reunião cercada de um forte caráter de sigilo, mas poderá adiar a escolha definitiva até o próximo dia 10 de outubro, quando deve anunciar o nome do eleito.

E o comentário de uma amiga: Bush vai cair no tapa pra vencer o prêmio
Cultura
Todo fim de Verão, o LA County Museum of Art - LACMA - faz uma noite especial com bandas e abre ao público das 9 da noite às 7 da manhã. Parece que todo mundo aprovou a idéia. Ficamos 2,5 hs na fila pra entrar no museu. Milhares de pessoas e a fila dava várias voltas no quarteirão. Tinha uma exposição dos pintores franceses impressionistas.
Cogumelomania leva dezenas a se perder em floresta da Rússia
BBC
A mais farta safra de cogumelos dos últimos 50 anos na Rússia neste ano deixou muita gente satisfeita, mas não o serviço de emergência de São Petersburgo.
Os funcionários desse departamento são os responsáveis pelas buscas dos catadores de cogumelos que têm se perdido nas florestas próximas à cidade, um total de 121 pessoas desde 1º de agosto.
A maioria das pessoas que se perderam até agora foi encontrada dentro de 24 a 48 horas, embora o departamento diga que atualmente 11 pessoas ainda não foram encontradas.
Com a descoberta de cogumelos alucinógenos na região nos últimos anos, é possível que algumas pessoas tenham sumido não apenas por ter tomado o caminho errado.

sexta-feira, setembro 12, 2003

Internet OD(overdose)
Com blog, fotolog, trillian e 10 listas de discussão, além de Craigslist, Orange Kids, Burning Man, eu sempre me recusei a entrar no Friendster. Batalha perdida. Todos os amigos estão usando e os ouço falando há meses. Hoje dei o braço a torcer. Imagina se eu tivesse internet em casa... não sairia da frente do computador.

quinta-feira, setembro 11, 2003

Em memória de um outro crime
João Moreira Salles

11.Set.2003 | Numa manhã ensolarada, um rapaz de vinte e poucos anos cometeu o crime com o qual sonhara desde os dezoito. Local: as torres do World Trade Center.

Levou mais de um ano planejando o golpe. Durante semanas registrou
pacientemente o movimento do lugar onde agiria. Anotou tudo num pequeno caderno: logos de empresas estampados nas laterais dos veículos de entrega, números de telefone, horários de entrada e saída de pessoal, uniformes de trabalho. Simulando um aleijão, durante dias passou lentamente diante da porta de segurança que dava acesso à área de serviço do prédio comercial. A rotina era sempre a mesma: fingindo cansaço, parava de andar e apoiava-se nas muletas, enquanto o olho acompanhava os dedos dos funcionários que digitavam o código de abertura da porta. Decifrou a combinação: 7-7-4-3-5.
Daí por diante, suas visitas clandestinas ao interior do prédio se tornaram diárias. Finalmente, depois de criar uma empresa fantasma, de forjar documentos e crachás, depois de lograr introduzir ilegalmente no edifício mais de trezentos quilos de material indispensável ao delito, o rapaz burlou pela última vez os sistemas de segurança, passou a noite escondido nas escadas de incêndio e, na manhã do dia 7 de agosto de 1974, cometeu seu crime.

Toda a cidade de Nova York foi testemunha. Wall Street parou. O trânsito parou. As pessoas que chegavam para o trabalho pararam. Mais tarde, o escritor Paul Auster diria: "É muito bom lembrar daquela manhã de 74 em que um rapaz ofereceu a Nova York um presente de beleza atordoante e indelével".

Durante quarenta minutos, o francês Philippe Petit andou numa corda bamba estendida entre as torres gêmeas, a quatrocentos metros de altura, sem nenhum dispositivo de segurança, nem mesmo um cinto para prendê-lo ao cabo sobre o qual andou, correu, dançou e, finalmente, sobre o qual se deitou para ver o céu.

Hoje, dois anos depois do desaparecimento das torres, na data que assinala nossa entrada num mundo novo, é muito bom poder falar de Petit. Sua façanha é a única capaz de deixar a alma leve quando ouvimos as palavras World Trade Center. Com seu gesto, Petit cometeu o anti-11 de setembro. Um crime lindo, cuja única conseqüência é a memória de um homem que desafiou e venceu o abismo.

Petit descobriu na adolescência suas duas paixões: o funambulismo e os gestos inúteis. A primeira diz respeito à velha arte de andar na corda bamba. A segunda, a tudo o que é intranscendente e gratuito, existindo apenas para si, como a canção que se canta no chuveiro.

Em 26 de junho de 1971, Petit estendeu um cabo entre as torres da catedral de Notre Dame e, para espanto de Paris, passeou de lá para cá e de cá para lá a mais de cem metros de altura. Foi preso logo que desceu. Dois anos depois, em 1973, repetiu o golpe em Sidney, agora fixando seu cabo nas pilastras da ponte que atravessa a baía da cidade. Mais uma vez, decidiu não pedir licença. Foi preso novamente. Sempre julgou que recorrer a pedidos de autorização equivaleria a reconhecer o direito de alguém lhe dizer o que podia ou não fazer com sua corda bamba. Além disso, supôs, acertadamente, que a grande beleza do que faz tem relação estreita com a surpresa, com a possibilidade de que, num dia cinza e trivial, as pessoas que passam pela rua olhem para cima e se deparem com o impossível. Por isso, os preparativos devem ser secretos. Sem o segredo, não haveria aquilo
que, por falta de palavra melhor, pode-se chamar de sublime.

A história começa em Paris...

(+ aqui:
http://nominimo.ibest.com.br/servlets/newstorm.notitia.apresentacao.ServletDeNoticia?codigoDaNoticia=7469&dataDoJornal=atual)

quarta-feira, setembro 10, 2003

E pela 3a. vez...
Todo mundo me pergunta como foi BM este ano e não sei responder. Lógico, é sempre ótimo mas agora não é mais novidade. É como voltar pra casa e conviver diariamente numa comunidade em que você se identifica.
Meu endereço este ano foi Dogma & Dubious. Camp Jumpstart foi um acampamento de utilidade pública já que tivemos que ajudar muito carro com baterias descarregadas. Este ano sou considerada veterana num acampamento de +/- 40 pessoas onde a maioria foi pela primeira vez. Todo mundo se introsou demais, sem picuinhas ou conflitos.
Nossos vizinhos eram o Astral Headwash que lavam e massageiam cabelos dos "burners" por 4 horas diárias.
Todo mundo adorou o tema - Beyond Belief - deste ano. 35 mil participantes. Quem organiza e frequenta o Burning Man há muitos anos tem a preocupação de tirar o rótulo de que é apenas uma grande festa. Mais que tudo é uma comunidade baseada na troca e "gifting it", ou seja, dar sem esperar em troca. Pessoas com mesmos ideais, menos julgamentos. Muita gente passa o ano inteiro criando uma instalação pra queimá-la porque a intenção não é reconhecimento e sim expressão. E é lá que recarregamos nossa energia pra suportar o stress da vida aqui fora. Nos inspiramos no meio de tanta criatividade.
Fiquei mais tranquila este ano. Descansei bastante durante o dia mas dancei muito. A diferença é que minha timidez sumiu por um momento. Dancei em vários palcos, brinquei com meu hula-hoop na frente de todo mundo. Já que todo mundo diz que danço muito bem, resolvi assumir publicamente este lado.
Não conheci muita gente mas resolvi uma relação que tinha acabado de forma ruim. E encontrei uns 20 brasileiros. Até o ano passado não conseguia me aproximar do pessoal de LA. Este ano praticamente andei com o pessoal que conheço. Foi mais fácil voltar pro mundo de cá dessa vez porque 90% dos meus amigos são frequentadores do Burning Man. Não houve adeus. Então não me sinto diferente no Planeta Terra.

Aos poucos vou respondendo os e-mails atrasados, tá?

segunda-feira, setembro 08, 2003

Decompression
De volta ao mundo cibernético. 380 mensagens no e-mail da Moviola!!
Aos poucos vou contando minhas últimas aventuras. É sempre difícil voltar ao mundo capitalista depois do Burning Man mas dessa vez está mais fácil porque estou integrada com a comunidade BM aqui em LA.
Ontem fomos num hot spring a 2 horas daqui. Pra quem não sabe, são fontes de água...termal or vulcânicas, sei lá. Delicia! Jacuzzi natural.

E sempre quando volto de San Francisco eu fico me perguntando:
por que não me mudo pra lá?
Acho que aquele é o meu verdadeiro lar to settle down.