sexta-feira, dezembro 31, 2004

Reflexões de Ano Novo
Sabe, ando com uma sensação que 2005 não vai ser um ano bom pra mim mas resolvi mudar essa idéia e penso que vai ser um ano onde (hopefully) começo a encontrar um novo rumo (de preferência profissional). Hora de começar a agir mais e pensar menos.
2004 está terminando tenso. Além do tsunami que não sai da minha cabeça, hoje enfrentei o primeiro acidente de trânsito na minha vida. Até hoje nunca sequer fui parada pela polícia (só numa blitz no Brasil onde estavam checando documentos). Mais uma vez minha intuição me avisando e eu ignorando. Tenho evitado dirigir desde que cheguei do Brasil. A razão é porque preciso estudar e fazer o teste pra carteira de motorista na Califórnia (só tenho a internacional). Depois disso, pegar um seguro de carro que é obrigatório nesse país. Hoje um carro bateu no outro que estava atrás de mim e claro bateu no meu. Acontece que se a polícia me pega sem seguro, perco a carteira por dois anos e ganho uma tremenda multa. Chorei, me apavorei e acabei me mandando porque afinal de contas eu não era a culpada. E sem carro nessa cidade eu não consigo trabalho. Com certeza, o pior erro que eu já cometi.
Depois conversei com um amigo que é advogado e fiquei sabendo que por causa disso, posso acabar na cadeia. Certo, agora vou passar o mês na angústia porque não sei se anotaram minha placa ou não. Uma boa lição pra eu aprender a ver prioridades e fazer o que deve ser feito sem adiações.
Imagina eu parar na cadeia porque bateram na traseira do meu carro? Se fosse no Brasil dava pra resolver na boa porque seguro não é obrigatório e a polícia é menos intransigente. Gostaria de nessas horas ter sangue-frio pra conseguir pensar com clareza nas melhores saídas. Agora é aprender a aceitar as consequências dos meus atos. Não enfrentar os problemas pode ser o seu (e o meu) maior erro.

sexta-feira, dezembro 24, 2004

Eu não ia escrever sobre o Natal. Esse dia que eu tanto amava meio que perdeu o significado nesse país ainda mais com o Dan trabalhando. Aliás, ele por ser judeu vem de uma família que não celebra o Natal. Há anos que não enfeito a casa. Por enquanto ainda não bateu tristeza. Tenho uma ceia agora e algumas amanhã. Amanhã também tem uma rave no deserto e uma festa dos Orange Kids. Vai ser minha forma de celebrar. Natal gostoso mesmo foram os que eu passei na Alemanha.
Mas de qualquer forma, tudo de bom pra todo mundo.

Mais filmes
Época de Natal em Los Angeles é meio tradição ir ao cinema. E pra não fugir à regra fomos assistir The Life Aquatic with Steve Zissou de Wes Anderson, mesmo diretor de Rushmore e familia Tennenbaum (não lembro o nome inteiro). Gosto do estilo e humor refinado desse diretor. É uma comédia mais devagar, meio triste, meio pastelão.

segunda-feira, dezembro 20, 2004

Na Internet
O Craigslist criou uma página pra Sampa. Pra mim, até hoje a melhor página de classificados na Internet.

Agora fazemos parte do Netflix, locação de DVD pela internet. Paga-se uma mensalidade e a gente recebe 3 filmes por vez, sem prazo de entrega. Quando devolve, eles enviam os próximos da lista que a gente faz.
Começamos o serviço assistindo ao filme The Terminal de Steven Spielberg. Um dos piores filmes do ano. Tom Hanks é o que há de melhor no filme mas é aquela fórmula mais do que manjada de roteiro: mocinho, bandido, a mulher em apuros e vários chavões. Argh! Foi-se o tempo que o Spielberg fazia filmes interessantes.

AI CARAMBA, alguém aí sabe se tem programa de comentário que dê pra apagar spam?
Todo lugar tem sua magia
Sempre fui uma pessoa que curte todos os lugares que eu vou. Imagina que tem gente que não consegue curtir umas férias, por exemplo. Me senti muito estrangeira quando cheguei no Brasil mas aí fui encontrando os amigos, conversas na mesa de bar, praia, ver como os primos estão fofos... eu nem queria voltar pra Los Angeles porque queria dar mais atenção pra algumas pessoas da minha família que estão com problemas de saúde, além de curtir mais praias.
Senti que algumas pessoas vieram com certos pré-julgamentos por eu estar morando na terra dos gringos mas em geral foi ótimo rever todo mundo, ter contato com o meu passado. Todos perguntaram se estou trabalhando na área.
Não consegui evitar comparações entre Brasil e EUA. Como o meu meio na terrinha é de jornalistas, as pessoas fazem perguntas mais interessantes sobre outros lugares: pessoas, costumes, culturas. Já a maioria dos americanos é tão voltada pro próprio umbigo que mal conhece cinema estrangeiro e que só pergunta pelo Carnaval. De repente em pleno Brasil, entrei na onda e me vi revoltada com os americanos. Por outro lado, raramente vejo o pessoal aqui criticando outras nacionalidades, nem mexicano que é o que mais tem por aqui. E lá na terrinha, vi muita gente que nem saiu da cidade mas tem críticas prontas em relação a argentino, americano, paulista, gaúcho... que isso, gente? Mente aberta, corpo sadio. Saí daí com vários preconceitos mas aprendi muito nessas minhas andanças, como entender e aceitar a cultura e as diferenças de cada lugar.
Cheguei numa tristeza nessa cidade com uma agonia de não conseguir terminar tudo o que eu tinha pra fazer em Floripa em relação à saúde e material. Não durou muito. Sábado fui comer sushi com a Van e de noite rolou uma festa e reencontrei todos os amigos. Eu precisava disso pra me sentir em casa. Mil convites de Natal, muito bom revê-los. Tinha até outros brasileiros por lá. Dancei pra caramba, muitos abraços, massagem e carinho.
E ontem a família foi dar uma volta em Santa Monica. Baita calor em pleno inverno, céu limpo e ensolarado. Cirque de Soleil na praia. Que gostoso!! Pronto, já estou melhor por aqui.

sábado, dezembro 18, 2004

De volta ao lar, meio contrariada a princípio. Foram 5 semanas no Brasil depois de 4 anos e meio de distância.