terça-feira, agosto 28, 2018

Semana de Burning Man

meu primeiro BM em 2001
Esta semana está rolando o Burning Man. É um ano especial em que o templo teria um significado maior com a perda da minha mãe, de amigos e o fundador do Burning Man, Larry Harvey.
Mas este ano não tenho a menor vontade de voltar ao festival. Aquele lugar me trouxe amigos, um senso de comunidade e muitas lições na vida. Sim, é um lugar de renovação, inspiração e amizades.
Mas como já disse, tenho vontade de explorar outros lugares no mundo.
Quem diria mas acho que minha vida de festival realmente chegou ao fim.

Nômade Digital

Em 1999 passei 3 meses fazendo um projeto na Amazônia. Foi uma das experiências mais marcantes da minha vida. Desde aquela época penso no que fazer para trabalhar e viajar ao mesmo tempo. Hippie fazendo artesanato não era a minha praia. Um dos motivos de ter estudado jornalismo foi essa ideia de trabalhar na rua.
Vinte anos depois e o trabalho de nômade digital está cada vez mais em alta. Tenho cachorros há 14 anos e isso me prendeu um bocado à cidade mas agora este antigo sonho está cada vez mais próximo da realidade.
A geminiana sonhadora e indecisa pensa nas possibilidades:
1) arranjar um lugar melhor pra morar com o noivo - mas me prenderia muito ao pagamento de aluguel que está uma fortuna em Los Angeles. Eu não quero ter mais amarras nesta cidade depois que a Nina partir
2) passar um tempo de van life - viajo nas várias páginas de #vanlife no Instagram. Aliás amo minha van mas ela anda bem abandonada este ano.
3) o sonho de viver em comunidade numa terra em que posso plantar coisas
4) passar um tempo viajando entre países

Só que a eterna solteira agora tem um noivo com emprego fixo. E agora? Sossegar em LA em nome do amor? Na cidade que estou tão cansada de viver?

sábado, julho 14, 2018

Idas e Vindas

Que é isso? A única coisa que me faz voltar pra LA é a minha cachorra. Sinto falta um pouco do meu canto mas na verdade nada mais. Quem sabe comprar kombucha barato e o meu liquidificador? :) Mas sério, estou sem vontade de partir porque estou com a sensação de que não fiz nada ainda. Tem muita gente que não encontrei (como sempre) e muita coisa que eu ainda queria fazer.

Enquanto isso o que ouvi de gente aqui dizendo que quer ir embora do país. Nunca tinha visto isso. Uma prima partiu pros EUA hoje. Um amigo vai mês que vem. Até meus tios disseram que se fossem mais novos, eles gostariam de ir. Todo mundo super decepcionado e cansado com o país, com a corrupção, com a falta de eficácia.

E eu querendo voltar, de saco cheio do Trump mas realmente trabalho aqui não rola. Tenho muito mais chances de trabalhar lá do que aqui.

Fui chamada a atenção que eu (e percebo que na minha cultura) damos muitas desculpas e por isso não agimos tanto. Cheio de justificativas por não fazer algo.

quinta-feira, julho 12, 2018

Em Caso de Emergência

Quanto mais velho a gente fica e quanto mais gente conhecemos, as chances de perder alguém aumentam. Este ano o câncer levou minha mãe e uma amiga de 27 anos no mês seguinte. Ontem recebi a triste notícia de um amigo que estava de férias na Flórida com a família e levou um caixote na praia. Ele bateu forte com a cabeça, perdeu a consciência e ficou embaixo da água uns 4min. Está em coma induzido com várias fraturas na coluna, pescoço e talvez crânio e se sobreviver, na melhor das hipóteses vai ficar tetraplégico.
Como imigrante, sei que sempre vou ter 2 corações onde quer que eu esteja. Sendo alguém que passou por uma doença e cirurgia séria há 4 anos, me passa pela cabeça onde gostaria de estar caso algo acontecesse comigo de novo. Estou curtindo muito Floripa este ano, as eternas amizades, em como me sinto à vontade com certos amigos, em como a conversa flui. Ultimamente sinto mais dificuldade dessa ligação por lá (o que eu não sentia antes).
Mas agora vejo também em como a nossa comunidade em Los Angeles se move diante de desafios como desta semana. De ontem pra hoje:
- uma mulher já se responsabilizou como ponte de comunicação entre os amigos e a esposa pra não sobrecarregá-la
- foram criadas 2 contas de arrecadação pra ajudar a família, uma pra ajudar a esposa que largou o emprego pra viajar pra Flórida e ficar com ele
- estão mandando refeições para quem está no hospital
- agilizaram pra cuidar da casa e do cachorro
- checam direto com todos os membros da família se precisam de alguma coisa
- foram buscar o carro dele no aeroporto
- uma acupunturista ofereceu sessões gratuitas pra quem estiver passando por muito stress
Isso em um dia. Enfim estão prontos pra ajudar no que for preciso.
Como as famílias são mais espalhadas por lá, os amigos tomam as rédeas. Eu já vi esta solidariedade diversas vezes e me comove bastante. O americano é muito prático e admiro isso.
Não estou dizendo que isso não aconteça aqui também. Recebi apoio de pessoas esse ano e sou muito grata por isso. Mas fico impressionada com a agilidade e capacidade de mobilização.

terça-feira, julho 10, 2018

Stress total

Os planos que eu tinha falharam e não estou com nenhuma vontade de voltar pra Los Angeles. Tanta coisa pra fazer aqui ainda e não sei se vou dar conta. Daí me estresso demais. Por que esse processo de mudança me estressa tanto? É estranho mas não me sinto mais entrosada com as pessoas de lá. Se não fosse pela minha cachorra, eu ficava.

quinta-feira, julho 05, 2018

Verão x Inverno

Uma onda de calor chega em Los Angeles neste fim de semana e a previsão de temperatura é de 41ºC. E aqui em Floripa o "ventosúli" deixa em 16ºC. Eu que sempre fui louca por verão nunca pensei que diria isso mas estou preferindo o friozinho de agora do que o calor infernal que fica na minha casa lá em LA sem ar condicionado.
Ir à praia em dias de extremo calor em LA é quase uma tarefa impossível por causa do trânsito. Então ficamos por aqui embaixo das cobertas.

quarta-feira, maio 16, 2018

Inverno em Floripa

Esse ano vou comer pinhão e tainha depois de 8 anos. Ô coisa boa! Prefiro o verão em Floripa mas a gente aguenta.
Agora 18 anos de EUA causa a preocupação da "gringa" ter que lavar louça com água gelada. Ai! Já era difícil quando eu morava lá. Imagina agora?

domingo, maio 06, 2018

Crocs

Não te dá a impressão às vezes de que o ser humano perdeu a completa noção do bom senso?
Fazer um croc de plataforma super alta já é meio estranho mas vai. Agora cobrar $850 pelo sapato que surgiu como acessório de jardinagem e ainda ter fila de espera pra comprar?
Que loucura!

sexta-feira, abril 13, 2018

Eremita

Desde que cheguei de viagem, raramente saio de casa por vários motivos:
1) Nina precisa de remédio 3x por dia e ela fica menos ansiosa e mais saudável quando estamos em casa.
2) Tem sido um ano de muitos gastos inesperados e só ficando em casa pra não gastar.
3) Perdi contato com a maioria das pessoas.

Uma vez ou outra eu ponho os pés na rua. Sábado passado fui fazer uma trilha de 5 milhas total. A ida foi tranquila. A volta quase me deu um troço. Carregando a Nina e mais uma mochila na subida me deixou acabada. Fiquei assustada de estar até doente de novo pois nunca tinha ficado tão sem fôlego.

Eu sempre me liguei em notícias políticas mas entre a prisão do Lula e o ataque à Síria, não dá mais. É muita manipulação, muita calhordice, muita máfia. Quero focar mais em buscar notícias positivas que me inspirem. 

segunda-feira, março 19, 2018

Prazer nas Coisas Simples

Meus tomatinhos
Um dos meus maiores prazeres hoje em dia é colher algo que plantei. Literalmente.
Meu pezinho de tomate virou um pezão e já colhi vários tomates criados de forma orgânica e com amor. No ano passado também colhi 2 abóboras. E ainda tem manjericão, lavanda, capim-limão e hortelã.
E com a composteira no lado, as plantas crescem que é uma maravilha. Como isso me deixa bem!





quinta-feira, março 15, 2018

Eremitando

Cheguei em LA em uma semana e nos últimos 4 dias nem botei os pés na rua, quer dizer só no quintal pra colher tomates. Meu pé de tomate virou árvore nesse mês fora.
Muita coisa aconteceu mas ando sem vontade de blogar ultimamente. Uma hora eu volto.

Ainda sem saber o que fazer entre passar tempo com a Nina e resolver as coisas no Brasil que ficaram pra trás.

quinta-feira, fevereiro 22, 2018

Depois da Partida

A cada dia que passa se torna mais aceitável lidar com a partida e a saudade da minha mãe mas às vezes ainda parece surreal que ela não está mais aqui. Vou sentir muita falta das nossas conversas. Ela sempre me tratou de igual pra igual e por isso a gente podia conversar sobre qualquer coisa. Esse era um aspecto muito legal dela.
Desde 1994 minha mãe sofreu muito com doenças físicas e mentais. Eu tentei tantas vezes fazer com ela sentisse amor pela vida novamente mas não consegui e esta era uma grande dor. Ver uma mulher independente, que curtia a vida de repente com um olhar de angústia, desespero... é triste.
Enfim...espero que ela encontre em outro plano a paz e o amor que não encontrou aqui.

E eu sempre assim. Quando estou lá, não sinto falta daqui e vice-versa. Quero ver a Nina mas também gostaria de passar um tempo aqui e lidar calmamente com tudo que é necessário pois no momento não estou nem um pouco a fim.

O que estou curtindo no momento:
- a padaria embaixo do apê (saudade que estava de padarias)
- apoio emocional dos amigos que nisso os brasileiros são melhores
- dentista que dê pra pagar
- ser convidada para ver os amigos e que não envolva gastar dinheiro. Estou cansada de tudo envolver um evento que custe grana por lá ou ter que levar mil coisas o tempo todo.

Eu e o namorado falamos da possibilidade de no futuro passar 6 meses aqui e 6 meses lá. Agora isso parece ideal. Parece perfeito!

sábado, fevereiro 17, 2018

Partida

Ter que preparar a partida de minha mãe...
Às vezes não quero ter velório. Quem queria se despedir da minha mãe, já se despediu no hospital. A ideia de vir um monte de gente do nada se despedir da minha mãe depois da partida dela não faz sentido pra mim. Ter que receber pêsames de um monte de gente me dá aflição.
Lá nos EUA muitas vezes fazemos uma celebração à vida uma ou duas semanas depois com fotos, recordações, relembrar as memórias e histórias dela. Parece muito melhor.

3ª Semana

Uma coisa que eu aprendi nessa vida é que ninguém sobrevive só de boas intenções, discursos, pensamentos e orações. Na hora do sufoco o que conta mesmo são as ações e atitudes de chegar e fazer. Será a “empatia prática”? E contar com gente assim é impagável. Nesse momento difícil algumas pessoas queridas tomaram as rédeas e não sei o que seria sem elas, tanto amigas da minha mãe quanto amigas minhas. Isso sempre toca meu coração. Como é bom poder contar com apoio, amor, compaixão e atitude. Aquela doação sem esperar nada em troca e puro amor ao próximo. Sou grata pelo resto da minha vida.
Demonstrações de amor contam muito mais que orações a divindades religiosas.

Os resultados de um mundo melhor com mais amor vem das nossas ações, não das nossas intenções. Eu vejo muita gente que prega muita coisa mas na hora do "vamos ver" não age de acordo. Acho que isso serve para a maioria de nós. Apareceram amigos que não vejo há 10 anos oferecendo ajuda todos os dias seja com uma palavra de conforto, uma refeição, qualquer coisa. Obrigada por haver pessoas assim pois não contar com ninguém nessas horas seria muito mais difícil do que já é. As intenções e orações não ajudam a me dar um descanso pra ficar mais forte no processo de estar ao lado da minha mãe. 

Descobri que a lei do direito de morte (eutanásia) foi aprovada no ano passado na Califórnia. Ainda bem. Nunca mais quero ver um ser humano sofrendo desse jeito. Os gritos de dor que escutei no corredor do hospital são aterrorizantes.

Já não estou sentindo tanta falta de casa porque meu pensamento está concentrado na minha mãe. Comentei com os amigos de lá sobre a ideia de ficar aqui um tempo e eles: "não! queremos você aqui onde você pertence". Que bonitinho! O que seria dessa vida sem amigos?

quarta-feira, fevereiro 07, 2018

Should I stay or should I go?

Toda vez que eu venho pro Brasil fico questionando a possibilidade de vir pra cá, principalmente agora que estou trabalhando online.
Durante a depressão foi difícil ficar lá mas desta vez todo dia um amigo de lá me escreve pra ver como eu estou e se preciso de alguma coisa. Tem uma solidariedade coletiva que é muito admirável. Estou sentindo falta de um apoio emocional no meio de todo esse stress.
Quando mencionei o lance do apartamento, já se ofereceram pra empacotar tudo pra colocar num depósito. É muito bom poder contar com as pessoas em momentos difíceis.
Uma coisa que sempre reclamei foi da questão saúde lá. O hospital que a mãe está aqui é mais humanizado e a comida infinitamente melhor mas hoje ligaram pra adiar por 2 semanas uma consulta da mãe no estado em que ela está. Então depender de saúde pública no Brasil também é bem arriscado.
Daí penso que aqui seria mais fácil conseguir um bom lugar pra morar mas o tamanho gigantesco da barata que encontrei ontem deu vontade de pegar o primeiro avião pra casa.
Preciso estar aqui mas já estou com saudade do meu cantinho, da minha cama, das minhas coisas e lógico principalmente da Nina. Eu passo tanto tempo dentro de casa que é onde me sinto à vontade.
Estou cansada de Los Angeles. Quero um lugar com mais árvores. Mas será que consigo me readaptar ao Brasil?

terça-feira, fevereiro 06, 2018

Choque Cultural?

Será que virei muito americanizada?
Eu fico meio chocada com tamanha religiosidade e sexualidade em conversas e mídia. Nas conversas o assunto tem sempre Deus e oração no meio (com exceção dos amigos jornalistas). E as músicas que fazem sucesso é sobre sexo e bunda. Eu não me importo que quem faz sucesso seja homem, mulher, drag, o que for mas a objetificação do corpo me incomoda.
Daí o menino na loja me pergunta sobre os EUA, diz que o sonho dele é ir pra lá porque celular e carro são mais baratos lá. Fala sério! O que eu gosto nos EUA não é o preço das coisas. É a segurança, a honestidade, a agilidade e mais chance de trabalhar em coisas que você gosta. É um sistema menos burocrático, uma cultura menos machista, amigos menos possessivos e neuróticos.
Mas como eu disse, coisas boas têm lá e aqui.

Agora depois de 10 dias, estou com um ótima impressão do hospital oncológico em que minha mãe está. Tratamento mais humanizado e comida mais natural.

Ah, e vocês sabiam que Floripa tem bem menos moradores de rua do que Los Angeles?

segunda-feira, janeiro 29, 2018

Minha Mãe

Linda!
Eu sempre me considerei uma pessoa preparada pra lidar com a morte porque afinal um dia todos iremos partir e a ideia da mortalidade é algo natural. Além disso, minha mãe já enfrentou várias situações de risco de vida, 9 pra ser mais preciso. Eu brincava que ela, como um gato, já tinha usado todas as vidas dela.

Agora vejo que nunca estamos realmente preparados. Dói muito ver a pessoa que você ama sofrendo de dor, tão fragilizada, ver a vida se esvair tão rapidamente, o brilhar dos olhos se apagando. Estou com muita dó dela. Fico no apartamento no meio das coisinhas dela relembrando tudo que vivemos.

Num hospital especializado em câncer, estou surpresa em ver a pobre alimentação dada aos pacientes: pão branco, arroz branco, geleia, margarina (um dos piores alimentos que existem), presunto (comprovado ser tão cancerígena quanto cigarro), sopa de legumes (não muito nutritiva). Eu sou um pouco obcecada por nutrição principalmente alimentos anticancerígenos. Oncologia integrativa é fundamental na recuperação de um paciente a meu ver e assistir isto sem poder fazer nada pois não é permitido trazer nada de fora, dói. 

Cheguei a pensar que morrer de câncer ao menos pode dar a oportunidade de dizer adeus e preparar o espírito pra passagem. Mas depois de ouvir algumas histórias no hospital é horrível ver o sofrimento que passam muitas pessoas em seus últimos dias gritando de dor a base de morfina. Se a gente poupa nossos bichinhos de passarem por mais sofrimento quando estão em vias de, por que prolongamos a vida dos humanos mesmo sem proporcionar nenhuma qualidade de vida. Não seria egoísmo da nossa parte?

E eu que achei que conseguiria trabalhar no meio dessa situação? Santa ingenuidade. Mas acho que devo tentar pra ocupar a cabeça e não me deixar levar completamente pela dor.

quarta-feira, janeiro 24, 2018

Desafios

5 da manhã
Não consigo dormir.
Nina não me deixa mais dormir direito pois precisa fazer xixi o tempo todo por causa da medicação. Minha mãe está internada.
E eu pensei que conseguiria alugar meu apê e ficar tranquila mas o proprietário não deixou. Como vou bancar aluguel, trabalhando menos e bancar a vida lá?
Tentando não me estressar e ao mesmo tempo encontrar soluções.

Desafios da vida...

segunda-feira, janeiro 22, 2018

Overdose de Mídia

Hoje em dia tem tanta mídia social que nem sei onde postar: Facebook, blog, Instagram, Twitter, Whatsapp, Marco Polo...vixe!

Faz exatamente 4 anos que não vou pro Brasil. Estou nervosa. Será que eu consigo terminar tudo antes de ir? Espero que minha mãe aguente firme até eu chegar.

domingo, janeiro 21, 2018

Doenças e Necessidades

Tenho uma amiga aqui de 27 anos que está no estágio 4 de câncer. É muito triste ver alguém tão novo sofrendo desse jeito. 
Mas uma coisa que eu acho bonita é o envolvimento dos amigos no processo. Um grupo está criando um leilão de arte e uma garage sale pra arrecadar dinheiro, além dos 5 mil arrecadados no site. 

Os amigos visitam diariamente e ajudam no que for necessário e assim a família fica menos sobrecarregada. Quem não ajuda fisicamente, envia coisas que ela precisa como um travesseiro ou bandeja de cama.
Tem um website que se chama mealtrain.com que é uma forma de organizar as visitas onde cada um leva um prato para a pessoa ou pra família que está auxiliando em caso de cirurgia, doença ou parto.


E esse post é pra falar de uma diferença que sempre percebi entre aqui e o Brasil (generalizando uma vez mais). O americano é impressionante na questão ajuda prática. Eles sempre se mobilizam pra ajudar os outros no que for necessário FAZER. E os brasileiros na minha experiência têm sido melhores na questão força sentimental. Quando eu tive câncer, os amigos daqui me traziam refeições porque eu não podia ir ao supermercado e nem carregar peso. Mas quando rolou a depressão, foram as amigas brasileiras que deram mais força. É lógico que são generalizações com várias exceções.

Um exemplo disso é uma amiga da minha mãe que está sendo um anjo na vida dela, preparando comida, a levando no médico e tudo mais. Como eu amo essa mulher!
Se eu ficasse doente novamente onde seria melhor estar?

quarta-feira, janeiro 17, 2018

Primarada

Apesar de não ter muito contato com os parentes, percebo algumas características em comum com os primos.
Ao contrário de muitos amigos em Floripa, nenhum de nós casou muito cedo. Com exceção de um que teve filho na adolescência, até agora todos namoraram um tempão antes de casar e só os acima de 30 começaram a ter filhos. Família responsável essa.

domingo, janeiro 14, 2018

Paraíso em Luto

Não acompanho mais as notícias mas ontem soube de uma história muito triste no North Shore de Oahu. Uma paulista que morava lá desde os anos 90 foi brutalmente assassinada há um mês.
Telma Boinville foi encontrada morta numa poça de sangue na casa em que ela estava limpando pra chegada de uns turistas. Ela deu uma passada numa casa de aluguel de temporada para deixar pronta pois faltavam uns últimos detalhes. De acordo com o marido era coisa de 10 minutos. Por isso deixou a filha de 8 anos no carro esperando. Os turistas encontraram o corpo de Telma e a filha amarrada num outro quarto.
O casal de assassinos foi encontrado logo graças às redes sociais.
Eu não sei exatamente em que casa ela foi encontrada mas foi bem na área que morei no inverno de 2001. Quem conhece a tranquilidade do North Shore, sabe que uma notícia dessa é algo muito além do excepcional. Eu acredito que devo ter conhecido a Telma quando morava lá pois é uma comunidade pequena mas já faz tanto tempo e eu não lembro.
Muito triste esta história.

quinta-feira, janeiro 11, 2018

Contra o Tempo

- fazer passaporte brasileiro
- cuidar da Nina
- trabalho
- reunião de trabalho
- dar aula
- responder email dos estudantes
- deixar tudo limpinho e organizado antes de partir (eita desafio)
- definir o que deve ser guardado
- fazer mala e o que levar
- encontrar alguém de confiança pra alugar
- fazer imposto de renda
- comprar passagem
- trocar de telefone

Minha mãe foi pro hospital hoje.
Preocupada e estressada eu? Imagina!

domingo, janeiro 07, 2018

E de repente em 2018...

... a vida começa de pernas pro ar.

Em terras nórdicas, tive meu 2º Reveillon branco. Mais do que uma festa, fizemos trabalhos de visualização e intenção. Foi lindo e exatamente da forma que gostaria de comemorar. E pensar que quase não fui porque tinha muita gente confirmada.
No segundo dia do ano recebo o meu resultado genético que mostra que sou 97,5% de origem europeia. E eu que sempre achei que era mais misturada ao invés de apenas 1,6% origem indígena. Além disso, sempre me identifiquei como descendente italiana mas o que tenho mais forte é ibérico (português, claro) e franco-alemão. Por essa eu não esperava.
No terceiro dia recebo a confirmação de que minha mãe está com câncer pela 4ª vez e que dessa vez o tumor é grande. Tento manter a calma pra não deixar a praticidade se esvair por conta do emocional. Minha mãe e minha cachorra são as únicas conexões familiares que tenho nesse mundo e as 2 estão muito doentes. É difícil deixar a Nina com alguém agora por causa de toda medicação, os sintomas e porque ela precisa evitar tensão. Espero que minha cachorra aguente viva até eu voltar.
E por falar em tensão, e o nervosismo de preparar meu cantinho pra ser sublocado? Não me sinto bem com a ideia de alguém ficar aqui mas não há como bancar tudo enquanto estou longe. Acho que em geral as pessoas não são cuidadosas com as coisas dos outros. O que pega é que tenho pavor absoluto de empacotar coisas. Preciso guardar muita coisa pra dar espaço pra quem ficar aqui (se eu encontrar alguém).
2017 foi um ano mais calmo mas 2018 já começam os desafios. Hora de ser forte novamente e encarar de frente.