sexta-feira, maio 28, 2004

Cabelos
Se tem uma coisa que eu nunca suportei foi salão de beleza. Aquele monte de conversas fúteis. Na verdade nunca me liguei muito nessas vaidades, tanto que sou a única mulher que conheço que nunca foi à manicure/pedicure. A partir de hoje então não quero mais saber de cabelereiro. Resolvi ir no amigo de uma amiga que iria fazer um preço camarada. Mas pelo jeito esqueceu do acordo na hora de cobrar: 100 dólares!!!! Fui roubada. Me desanimei de fazer qualquer coisa no feriadão depois dessa. Nunca vi ninguém cobrar tanto pra um cabelo. NUNCA MAIS!

terça-feira, maio 18, 2004

Mudanças de Verão
Verão começa e com isso, várias atividades. Esse último fim-de-semana foi bem ocupado. Festa na casa de uma amigo na sexta, churrasco no sábado, show do Mutaytor, after-party num clube em Hollywood (eu bamboleei no palco), praia e lançamento do videoclipe do Postal Service no domingo.
Pra chegar na praia de El Matador, a gente tem que descer um penhasco. Provavelmente a praia mais linda de Los Angeles/ Malibu.

E lá se vai mais um relacionamento. Difícil de aceitar mas felizmente tenho amigos maravilhosos e estou reagindo bem melhor que das outras vezes. Dói mas a intuição diz que foi a melhor solução.

sexta-feira, maio 14, 2004

No muquifo da Gisele...
Andava agoniada com tanta gente aqui em casa mas já está melhor. Eu e meu namorado não nos vemos desde domingo. Falta de tempo. Os meninos conseguiram um trabalho que dá pra fazer uma boa grana. E a Van está indo ao Brasil. Continuo trabalhando direto na loja em período integral, aulas de português, com o Mutaytor e em fotografia. Nunca pensei que fosse gostar de trabalhar numa loja mas jamais tive uma patroa tão legal e justa. Essa semana deram aumento pra todas nós sem ninguém pedir (igual ao Brasil, hahahaha).
Enquanto isso no mundo...
A intenção é ser sempre positiva mas ultimamente está difícil. Nunca vi um governante tão ruim como o Bush mas depois do escândalo no Iraque, acredito que anularam-se as chances dele se reeleger. Se o mundo não gostava dos EUA antes, agora então... Eles entraram numa sinuca de bico que não vejo saída. Transformaram o Iraque num caos e não conseguem corrigir o erro. Não podem deixar o pepino pra ONU que jamais apoiou essa intervenção e sem governante no país, a guerra está tomando conta. Estratégia totalmente fracassada.
E todo dia imagino qual a saída pro Brasil? A bola de neve não derrete, se é que você me entende. Como resolver o problema de desemprego e segurança? Existe solução?

sábado, maio 08, 2004

Coachella parte 2

Ano passado dormi no carro dois dias. Dessa vez, encontrei os amigos acampados e dormimos numa tenda indígena. Agora entendo como os índios aguentavam o calor. O formato da tenda faz o ar circular melhor, nem se compara com nossas barracas.
Perdi todos os shows da tarde porque o calor não me deixou sair da sombra. Assisti Muse um pouco mas nada como encontrar todos os amigos na tenda de música eletrônica ao som de 2 Many DJ's que mistura bass e rock n'roll. Depois foi ficar em volta do palco principal de novo pra assistir Air, Flaming Lips e The Cure. Os franceses são ótimos mas como a música é mais lenta, com o cansaço que eu estava, me bateu um sono.
Flaming Lips é divertido. Além da banda, tinha uma galera dançando no palco vestida de bicho de pelúcia. A melhor parte foi quando o vocalista caminhou por cima do público dentro de uma bolha. Ele disse que teve um sonho que chegou no Coachella vindo do espaço numa bolha.
The Cure é The Cure. Eu gostei mas infelizmente dormi metade do show de tão exausta. Os meus amigos (lembrem-se que aqui o pessoal tá acostumado com shows muito bem produzidos) se decepcionaram. Acharam o som baixo e a banda muito apagada.

sexta-feira, maio 07, 2004

Testemunha
Uma coisa meio inevitável aqui em LA são acidentes de carro. Toda semana escuto um na frente da minha casa mas hoje estava conversando com uma amiga na frente do trabalho e vi tudo acontecendo na minha frente a 10m de distância. Ainda estou impressionada. Um dos carros, BMW, foi parar num canteiro de um prédio. Aí a polícia pegou meus dados pra eu testemunhar na corte.

terça-feira, maio 04, 2004

Coachella

Quando cheguei em Índio, cidade no meio do deserto na Califórnia há 3 ou 4 horas de LA, fiquei me perguntando se eu deveria mesmo ter ido. Calor de 38ºC e no domingo 41ºC. Já tinha ido no ano passado e jurado que não iria mais porque já não estou mais no clima desses festivais comerciais, o clima da galera não me encanta. Culpa de um outro festival no deserto com poucas regras, sem hierarquias e nem comércio.
A caravana: eu, Dan, Vanessa e Marco Túlio.
O primeiro show que assistimos foi Beck, improvisado e acústico. Beck não estava agendado pra tocar no Coachella mas imagino que ele deve ter pensado: "Radiohead e Pixies tocando? Ingressos esgotados? Bem, vou lá, faço uma palhinha e assisto os shows." Tentou fazer música com um Game Boy e ainda chamou um pessoal da platéia pra tocar com ele.
A parte difícil do Coachella, além do calor, é que existem 5 palcos com shows simultâneos. E geralmente as 2 bandas que a gente gosta estão tocando ao mesmo tempo, no meu caso e dos meus amigos: rock e música eletrônica. Perdi Crystal Method, Mark Farina, Paul Van Dyk, Basement Jaxx.
Depois de horas tentando se aproximar do palco, assistindo Sparta, eu entendi porque estava lá. Assistir Pixies a 10 metros de distância não tem preço. Um dos poucos shows que conheço todas as músicas, todas as letras. Acho que nunca houve um caso na história do rock em que a banda ganha mais sucesso depois que termina, com todos os integrantes vivos e decidem voltar depois de 12 anos. Pixies foi o pré-grunge e influenciou muitos músicos incluindo Kurt Cobain e Thom York do Radiohead. Passei o fim-de-semana imaginando porque eles resolveram tocar de novo. Apesar de ter amado o show, dá pra perceber que não há muita harmonia entre eles. Será que voltaram apenas pra uma turnê no verão ou vão voltar ao estúdio? O público vibrava cada vez que Kim Deal cantava, isso sim é que é roqueira com o cigarro jogado no canto da boca, com aquele sorriso meio sarcástico, meio doce. A única música que eu senti falta foi "I bleed". VALEU!!!
Radiohead é a banda favorita do Dan. Na primeira semana que estávamos juntos, ele me levou pro show deles. Achei mais ou menos. O lance é que não curto show quando estou longe e só vejo aquelas figurinhas em miniatura no palco, isso quando vejo por causa da minha grande estatura. Estar lá na frente com aquele pu... calor, nhaca fud..., perdendo os outros shows tem que ser fã mesmo. O pessoal em volta vira amigo, todo mundo se ajuda, conversa enquanto espera, bebe junto, fuma junto, tudo em sintonia. Durante 3 horas viramos uma grande família. Me diverti assistindo Thom York dançando freneticamente (bem ao estilo inglês de ser), brincando com a câmera, o show de luzes, a produção e as músicas que hoje em dia conheço bem melhor. Rock progressivo, psicodélico, moderno, alucinógino, alucinante. Virei fã.
Botar Kraftwerk depois de Pixies & Radiohead é quase um crime. O show desses verruckt (?) alemães valeria o ingresso sozinho mas estávamos exaustos depois de tanta adrenalina. Produção hi-tech: robôs, vídeos, iluminação, figuras expressionistas do lado de fora da tenda.
Isso tudo num só dia. O domingo fica pra depois.