sábado, abril 29, 2017

Santa Marta e Tayrona (1)

A última parte da viagem consistiu em realizar um antigo sonho: conhecer o Parque Nacional Tayrona, que fica a 5 horas de Cartagena. A primeira vez que ouvi falar desse lugar foi em 1999 e tenho certeza que era um lugar bem menos explorado mas vamos lá.
Pegamos um ônibus até Santa Marta e foram 4 horas de viagem. Chegando lá, o ônibus nos deixou no meio da rua e dividimos um táxi (leva quase uma hora) com um casal holandês até Tayrona. O taxista foi o primeiro colombiano rabugento que conheci e foi uma surpresa pros amigos gringos quando o cara parou numas quebradas pra comprar gasolina na casa de alguém ao invés do posto de gasolina. Enquanto isso, a esposa ligando o tempo todo pra ele perguntando que horas ele ia voltar.
Enfim, ele nos deixou num hotel próximo ao parque graças a uma dicas que pegamos em Cartagena. Ficamos num resort pós-apocalíptico, ou seja, era um resort grande com praia particular mas completamente abandonado. Clima de fim de mundo com poucos sobreviventes. Acho que tinha 10 pessoas hospedadas no lugar e uns 6 prédios vazios e várias partes fechadas. Sem problema pois a piscina era ótima, o quarto grande com varanda pra praia. Já imaginei festivais, festas de casamento e muita vontade de comprar o lugar pra construir uma comunidade com espaços pra retiros de yoga e coisas do gênero. Verão o ano todo? Tô pronta! Se eu encontrasse um grupo pra fazer isso, eu faria. De qualquer forma, eu recomendo o lugar pois é super em conta e aliás me deu vontade de visitar resorts pós-apocalípticos pelo mundo pagando baratinho.

Mendihuaca Resort


Mendihuaca2 from Lighthouse Creative Studio on Vimeo.

Ônibus Cartagena - Santa Marta
Sol y Mar  - COP$40 mil
Berlinas - COP$36 mil 

domingo, abril 23, 2017

Playa Blanca - Baru

Antes da viagem, pesquisamos que praias visitar na região pois afinal Caribe, né? Cada website falava uma coisa diferente sobre ilhas disso, ilhas daquilo e vários comentários como excesso de turistas, água cristalina ou muito caro.
Depois de uma recomendação de um casal argentino em Cartagena, resolvemos passar uma noite em Playa Blanca que é a praia mais famosa da região. A maioria dos turistas geralmente pega uma lancha rápida e passa o dia na praia entre 10hs e 3:30. Resolvemos fazer diferente. Pegamos o ônibus e passamos a noite lá. As acomodações são as mais rústicas que fiquei na minha vida. São cabanas super precárias, teto de palha, banho de caneca e privada de balde.
O bom de ter feito isso é que entre 4 e 6 da tarde e bem cedinho, a praia estava praticamente vazia.
A água realmente tem uma cor linda, aquela coisa de foto de mar caribenho.
No entanto eu não voltaria lá. O problema não é nem os turistas, é a quantidade de vendedores em cima de você e os jet-skis juntamente com o cheiro de óleo. Pra se ter uma ideia, assim que saímos do ônibus, um moleque já fica te seguindo puxando assunto pra se hospedar na pousada dele e o moleque fica no pé. Uma outra mulher me seguiu a praia toda na tentativa dela fazer massagem em mim.
Ai não, quero paz.
De qualquer forma, o nascer e o por do sol foram maravilhosos sem vendedores, nem cheiro de óleo e nem barulho de jet ski.

Hospedagem - média de COP$60 mil
O lugar que pareceu melhorzinho era o Parador Playa Blanca mas a diária era de $150mil.

Transporte - lancha demora 30 minutos e ônibus 50 minutos. Tem um que sai do Hostel Mamallena ou El Viajero (ida e volta COP$50 mil)





segunda-feira, abril 17, 2017

Bogotá e Cartagena

Bogotá
Na ida e na volta tivemos um layover em Bogotá de 7 horas e como o aeroporto fica a 12km do Centro, pegamos um táxi e fomos dar uma volta no bairro da Candelaria (centro). O motorista de táxi explicou que Bogotá é uma cidade voltada muito pro trabalho, tipo São Paulo. Mesmo exausta, não pude deixar de dançar um pouquinho no único bar mais animado. Parece que todos os bares fecham às 3 da manhã. Foi uma boa reintrodução a América do Sul. Anos atrás eu não suportava música latina mas agora dependendo do ritmo, adoro o remelexo. Os policiais e o motorista de táxi ficaram super preocupados com o fato de a gente caminhar 3 quadras sozinhos no meio da noite mas eu achei super tranquilo. Sei lá, quem viveu 7 anos no Rio raramente encontra outro lugar que dê mais medo.
O que eu não tinha me ligado antes era o fato da cidade ficar a 2600m de altitude. Frio de 13ºC e eu nada preparada pra inverno, tive que dar uma de alemã e usar meia com sandália e congelar mesmo. Eu não queria trazer roupas de inverno e sapato só pra algumas horas de frio. Eles disseram que raramente a temperatura passa de 21ºC. Estranho ver uma cidade tão perto do Caribe ser tão fria.

Cartagena
A cidade tem uma história rica de invasões, piratas e exploração. Sempre teve um porto importante que nos tempos de colônia servia para escoar o tesouro tomado pelos espanhóis. Na época das caravelas, Cartagena foi atacada por franceses e ingleses e por isso um muro foi construído em volta da cidade para protegê-la.
Passamos 3 dias num AirBnb na Cidade Murada. Caminhamos bastante por tudo. Eu não estava preocupada em encontrar muita coisa pra fazer além de curtir os restaurantes, a arquitetura colonial, o por do sol e algumas apresentações de música e dança na rua.
Sim, é uma área bem turística principalmente porque ficamos lá durante o fim de semana mas não achei muito exagerado. Os vendedores ficam um pouquinho em cima mas nada comparado com a República Dominicana.

Parque Fernandez de Madrid (que é uma praça) é um local interessante. Tem o bar KGB, com decoração russa (e o mais caro que fomos). No outro lado da rua, um bar cubano. Deve ser a esquina socialista. Num lado da praça sempre música ao vivo rolando e no outro lado, ótimos restaurantes. Também tem artesãos e uma loja & museu de chocolate (amo!).

Vida Noturna - Pra sair à noite naquela área, uma boa opção é a rua principal de Getsemaní com vários bares e boates. Uns são de graça, outros na média de COP$10mil. A outra opção é na Cidade Murada entre a Plaza de los Coches e a Plaza de la Aduana.
No domingo à noite estávamos caminhando em Getsemaní e vimos um amontoado de gente na frente de uma igreja na Plaza de la Santísima Trinidad. Curiosidade bateu forte e chegamos lá e estava rolando uma aula de zumba com dezenas de pessoas participando. Adoro esse clima tropical de atividades na rua e os locais e turistas se divertindo juntos.
Uma coisa que eu adoro na cultura latina é que nem tudo envolve fazer muito dinheiro.

Uma atração na cidade é o Castillo San Felipe de Barajas que na verdade é o maior forte construído pelos espanhóis em suas colônias. A construção começou em 1536 e passou por várias mudanças, inclusive diversos túneis que é possível visitar. A entrada custa 25 mil pesos colombianos e vale ir na hora do almoço pois todos os grupos de excursão chegaram depois das 15h. Tem uma vista da cidade toda.



terça-feira, abril 04, 2017

Colômbia

Ano passado fui pra Cuba e não tive energia pra escrever sobre o assunto por causa da visita da minha mãe mas vamos ver se dessa vez vai.
Fazia muitos anos que eu tinha vontade de ir a Cartagena. Primeiro porque adoro a obra do escritor colombiano Gabriel Garcia Marquez, principalmente O Amor nos Tempos do Cólera. Segundo porque assim que um viajante italiano me contou sobre o Parque Tayrona em 1999, eu quis muito conhecer aquele lugar. Já tinha convidado muita gente pra viajar comigo mas nunca tinha dado certo. E viva 2017! Dessa vez deu e nem fui eu que botei pilha.

Depois de 24 horas viajando entre Los Angeles - Dallas (troca de aeroporto) - Bogotá, finalmente a chegada em Cartagena num clima pra lá de úmido e calor de 31ºC. Delícia. Ai ai, vida tropical e férias têm tudo a ver.

Primeiras Impressões

Desde um Encontro Latinoamericano que participei em 1996 na Venezuela, eu sempre tive uma ótima impressão dos colombianos. São simpáticos, atenciosos e super gente boa. Inclusive tenho uns bons amigos de Bogotá em LA. Foi naquela época que começou a minha vontade de conhecer o país mas os comentários sobre a segurança não eram nada animadores.

Encontrei vários brasileiros pelas ruas, muitos visitando a cidade por causa de um cruzeiro de 7 dias que sai de lá. Fico feliz por isso pois eu sei que nós brasileiros sempre viramos as costas para os nossos vizinhos.

Cada vez que viajo pra um país latino, vejo várias similaridades com a terrinha em termos de comida, tempero, costumes, até detalhes bobos como o lixo do banheiro com sacola de supermercado, coisa que eu não vejo aqui. Também percebo que nós latinos viajamos com uma mentalidade mais "o quanto posso economizar" ao invés de "o quanto posso gastar" como os americanos com quem viajei.

Ainda bem que consigo me virar no espanhol pois não encontrei muita gente que falasse inglês e até ajudei umas brasileiras em algumas negociações na praia.

Ninguém me ofereceu cocaína nas ruas. Sei lá, eu sei que é um baita estereótipo mas pensei que isso ia acontecer em algum bar como aconteceu em Amsterdam ou Floripa.

Segurança
A parte turística de Cartagena, assim como Santa Marta são super seguras. Em momento algum senti que estava correndo perigo. A área conta com mais de 2 mil policiais de turismo, algo inédito pra mim (alô Rio de Janeiro, polícia de turismo!). Aliás, vi muitos policiais em todos os cantos, nas estradas, ruas, praças, blitz. Provavelmente porque além do turismo, a área tem também os portos que levam as drogas pra outros lugares.

Comida
Comida caribenha é tudo de bom. A comida típica naquela região é arroz de coco, patacones (tipo um "cookie" de banana frita nem doce nem salgado) e carne acompanhado de uma salada de repolho e sopa. Me esbaldei de peixe fresco e camarão. O suco famoso da região é a limonada de coco. Amei! Preços dos pratos em média de COP$20 mil a COP$40mil. Recomendo o restaurante La Mulata e pra quem é vegetariano, o restaurante Girasoles que é super em conta, ambos na Cidade Murada. Um pouco menos em conta mas bem cotado em vários sites e no Lonely Planet é o Agua de Mar que serve tapas e bons drinks. Outro restaurante muito bom é o Plaza Majagua, ideal pra um jantar mais tarde e os pratos são bem servidos. E eu como amo crepe e sorvete, recomendo o Crepes & Waffles que é uma cadeia de restaurantes na América Latina. O ponto do centro histórico é super despojado.

La Mulata - Calle Quero 9 58
Girasoles - Calle de los Puntales No. 37-01
Agua de Mar - Calle del Santísimo #8-15
Plaza Majagua - Calle de la Tablada 7-12
Crepes & Waffles - Calle del Baloco, Edificio Piñeres, local 1