sexta-feira, dezembro 29, 2006

Saddam

Acabei de ler que um juiz no Iraque afirmou que Saddam vai ser executado até amanhã. Por mais ditador que ele seja e apesar de todos os crimes que ele cometeu, eu não consigo concordar com essa execução. Não sei exatamente o porquê, simplesmente não consigo.

quarta-feira, dezembro 27, 2006

sobre o Natal (relatório pra família)

Acho que este foi o primeiro ano em que não fiquei triste por não estar no Brasil nessa época do ano.
Tive um ceia no dia 24 com os brasileiros que eu fui pro Grand Canyon. Tentei patinar no gelo no dia 25 mas estava lotado e acabei parando no boliche e de noite teve mais comida. Acho que em 2 dias comi pelo ano todo.
Foi o primeiro ano que não ganhei presente algum mas também não dei nada porque em dezembro quero distância de loja. Não tenho paciência.
Alguns amigos passaram o Natal recolhendo lixos na rua e plantando árvores. Agora é ou não é motivo de orgulho por ter amigos assim?

terça-feira, dezembro 19, 2006

Espirito Natalino

Ontem o Dan estava andando na rua quando viu uma velhinha tendo dificuldade pra subir o carrinho dela na calçada. Ele resolveu oferecer ajuda a esta senhora de 78 anos que vive nas ruas e de uma simples ajuda se transformou em companhia durante a tarde toda. Ele carregou o carrinho que ela leva todas as coisas por várias quadras. Caminharam pelo menos 2 milhas, ou seja, mais de 3 quilômetros. Como está muito frio esta semana, eles foram a alguns lugares pra tentar arranjar um abrigo pra ela mas não conseguiram porque ela tem uma cachorrinha. Por causa desta cachorrinha que ela diz ser a princesa dela e a única companhia que ela tem, esta senhora sempre dorme na rua. Pois é, eles negam abrigo a uma senhora de 78 anos por causa de um cachorro minúsculo.

Janette disse que é a segunda vez na vida dela que alguém a ajuda e não parou de agradecê-lo.

O Dan nem comemora Natal e o que ele fez, poderia ter sido em qualquer época do ano mas tem tanto a ver com o que chamam de espírito natalino. Ele nem pensou no que estava fazendo, só não conseguiu deixar a velhinha ali sozinha. Foi completamente instintivo. Isso sim é que é uma boa ação. A gente nem precisa de dinheiro pra ajudar alguém. Só a companhia dele durante algumas horas pra esta senhora já lhe deixou feliz.

sábado, dezembro 16, 2006

Virando gente famosa


Na época que eu era presidente do Centro Acadêmico e Secretária da Executiva dos Estudantes de Comunicação Social (ENECOS), eu vivia viajando pra tudo quanto é lugar pra ir aos congressos, seja estudantil ou profissional. A cada 2 meses eu estava na estrada e às vezes era cansativo mas definitivamente gostoso. Numa dessas viagens, conheci o Presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), o baiano Orlando Silva Jr. Deitamos no chão de um ginásio em Brasília no Congresso da UNE e trocamos umas idéias. Foi breve mas deu a impressão de que era um cara legal e simpático.
Pois bem, essa semana vi o cara na TV como Ministro do Esporte. Que estranho ver aquele estudante de 10 anos atrás deitado no chão agora ministro. Mas ele ainda passa a imagem de ser um cara simples.

sábado, dezembro 09, 2006

Quando eu não quero dar aulas

Olha, vou dizer uma coisa. Dar aulas é uma coisa que começou por acaso mas hoje em dia eu adoro ensinar. Adoro passar um conhecimento, me sentir útil, trocar idéias, conhecer gente diferente e ver a opinião de estrangeiros sobre o Brasil. Eu já comentei sobre isso outras vezes.
Até hoje gostei muito de quase todos os meus alunos mas às vezes surgem uns que não dá tesão nenhum de ensinar. Um exemplo disso é quando surge uns homens, geralmente que já passaram dos 50, que vão ao Brasil pra conhecer mulheres. É, isto é uma generalização mas estou falando das experiências que eu tive. Aliás, a generalização se aplica aos 2 lados porque esses homens já foram ao Brasil e a mulherada realmente caiu em cima. Já vi isso acontecendo diversas vezes. Não é uma questão de julgar e acho que cada um faz o que quer, desde que não machuque ninguém.
No entanto do ponto de vista profissional, é extremamente desagradável ter esse tipo de aluno que a cada 2 frases, uma é sobre a mulher brasileira, de como ela é sexy, bonita, cheia de amor pra dar.
Lembro uns anos atrás assim que cheguei aqui como recebi alguns olhares de homens "esfomeados" quando ouviam a palavra "brazilian". Estava tão cansada daquilo.

sábado, dezembro 02, 2006

Trilhas

Eu nunca fui de fazer exercícios só por fazer exercícios. Por exemplo, não consigo andar de bicicleta só por andar. Precisa ser um meio de transporte, é necessário uma funcionalidade.
E trilha é assim também. Preciso chegar a algum lugar ao invés de simplesmente andar e voltar.

Algumas trilhas que me marcaram nessas andanças pelo mundo:

1) Lagoinha do Leste - no sul de Florianópolis. Uma caminhada de uma hora na mata até chegar nessa praia. Nos anos 80 e até 90 era muito comum acampar lá. Ouvi dizer que ultimamente anda um pouco perigoso. Fazer trilha e dar de cara com esse lugar que praticamente não existe nada lá, apenas uma casinha no outro canto, era uma delícia.

2) Cidade de Santarém-Alter do Chão/PA - Em 1999, num fim de semana de folga do nosso projeto no Pará, eu e Anacris caminhamos com uma turma de umas 50 pessoas até chegar a esse lugar, um banco de areia no meio do rio Tapajós. Alter do Chão é uma das praias fluviais mais belas da Amazônia. Foram mais ou menos 18 horas de caminhada na beira do rio. Eles nos falaram que quando anoitecesse, iríamos acampar pra descansar e continuar no dia seguinte. O que eu não sabia é que lá, acampamento consiste em pendurar uma rede em qualquer árvore.

3) Uma trilha forçada em 2001 aconteceu em Lake Tahoe, no norte da Califórnia. Parti do meu primeiro Burning Man com meus amigos Steve e Nick, um irlandês muito gente boa. Nick tinha quebrado ou torcido o pé no último dia do festival e estava de muleta com o pé engessado. O Steve ama Lake Tahoe e estava todo orgulhoso em mostrar uma estrada off-road que ele sempre ia. Acho que queria exibir a pick-up com tração nas 4 rodas que ele tinha acabado de comprar. Como ele não conseguia achar o lugar que ele queria mostrar pra gente, resolvemos voltar, até que ele bate numa pedra e lá se vai o eixo dianteiro do carro novinho. Bom, o jeito foi caminhar. Caminhamos 4 horas no escuro até chegar na rua principal e o Nick de muleta. Coitado. Partir de lá foi uma novela. Nós 3 sem dinheiro e de lá foi uma aventura-roubada atrás da outra, incluindo o 11 de setembro que todos nós sabemos bem. Cheguei em Los Angeles 3 semanas depois.




4) Bahia, 1997. Passei o Carnaval no Vale do Capão, Chapada Diamantina, onde fiquei sabendo da morte do Chico Science. Foi algo que me marcou demais por isso quase esqueci de contar sobre este passeio. A trilha não foi muito especial mas o destino... Cachoeira da Fumaça. Uma caminhada de uma ou duas horas até chegar no alto de um platô. Quando se chega lá, começa a chuviscar. Parece que está chovendo. Demora até se dar conta que por ficar no fim do vale, o vento faz a água da cachoeira subir e por isto a sensação de chuva. Uma cachoeira onde a água sobe ao invés de descer!! Lá em baixo, você mal vê água. A Chapada Diamantina é um lugar que eu quero voltar, e muito.

5) 2005. Sedona. Uma trilha de 3 milhas que fizemos e no meio da trilha, uma área cheia de pedras empilhadas. É o lugar onde as bruxas de magia branca se reúnem. Fiquei me vendo no meio do Blair Witch e fiquei meio apavorada. Sedona é a cidade americana mais esotérica que eu conheci, considerada um centro vortex.

6) As trilhas na Guarda do Embaú, a 50 km de Floripa, sempre me encantaram mas eu sou suspeita pra falar porque eu sou completamente apaixonada por aquele lugar. Já até conheci lugares bem mais bonitos mas tenho uma ligação afetiva com a Guarda. Por exemplo, lembro a primeira vez que fiz a trilha pra Prainha por cima do morro e chegamos lá com uma lua amarelona enorme nascendo no mar, parecia até o sol.

7) Macchu Picchu para Wayna Picchu. 2008. Eu não tinha grandes expectativas com Macchu Picchu porque é um dos lugares mais turísticos da América Latina. Mas me retrato no blog. A geografia do lugar é que a torna tão especial. Eu estava 4 dias de cama por causa das bactérias peruanas mas resolvi encarar mesmo assim. Fui pelo "lado alternativo" de Cusco a Águas Calientes. Primeiro foi bem gostoso caminhar nos trilhos do trem. 400 pessoas por dia podem fazer a subida íngreme de uma hora até Wayna Picchu. E de lá você fica apreciando a Cidade Perdida com pessoas do mundo inteiro. Será lá a Torre de Babel?

Tem várias outras trilhas mas agora não consigo lembrar de nenhuma que tenha me marcado. De repente eu comece uns relatos de alguns lugares que eu já fui pelo mundo.

A trilha que faltou ter feito foi descer o Grand Canyon com a galera. Fica pra uma outra vez quando esquentar um pouquinho.