sexta-feira, janeiro 20, 2006

Jogo do curriculo

Quando era criança, eu vivia fazendo lista. Agora a única lista que eu sempre faço é de coisas pra fazer. Mas gostei do Jogo do Currículo da Leila. E como já fiz e continuo fazendo tanta coisa legal nessa vida, resolvi fazer a primeira em anos. Então vamos lá, aos poucos eu aumento.

1) Dar o primeiro chute dentro da barriga da minha mãe no show dos Secos e Molhados. Foi quando ela descobriu que estava grávida.

2) Ganhar uma festa de aniversário de 5 anos dentro de um ônibus quando voltava da Argentina.

3) Ter passado minha infância inteira acampando.

4) Aos 7 anos, viajar num fusquinha de 11 anos de Floripa ao Rio com mais 5 pessoas. Chegar lá num temporal violento e ver pessoas dirigindo na calçada pra fugir do tráfico.

5) Ir pra Disney sozinha aos 11 anos.

6) Já namorei alemão, italiano, norueguês, inglês, americano, russo, mexicano e até brasileiro. A idéia era brincar de War pelo mundo mas não avancei muito.

7) Passar 3 meses na Amazônia ensinando rádio comunitária com a minha melhor amiga. Viajar é bom mas estar envolvida na comunidade de um mundo completamente diferente do nosso é melhor ainda. Aprendi a ver um outro lado da igreja católica muito mais digno.

8) Viajar de motorhome pela Europa. (pra falar a verdade não foi tão divertido mas valeu a experiência)

9) Ter representado o Brasil (sendo a única brasileira) no Congresso Latinoamericano de Estudantes de Comunicação Social na Venezuela e ter que falar em espanhol na frente de 700 pessoas.

10) Ter organizado um encontro nacional de uma semana pra 1000 pessoas praticamente sozinha.

11) Ter morado no North Shore do Hawaii de frente pra praia e ter surfado lá.

12) Vir passar 3 meses nos EUA e ter ficado de vez. Penso nisso quase todos os dias.

13) Ir ao Burning Man. A primeira vez sem conhecer ninguém, de carona. Essa foi uma melhores coisas que eu encontrei nesse país. Não é somente um festival mas toda uma comunidade que veio depois desta experiência. Mudou minha vida.

14) Voltar pra casa de um bar às 7 da manhã aos 10 anos (não foi divertido).

15) Passar um mês viajando pela Bahia sem planos, sem rumo definido. Como disse a Leila, não ter companhia nunca me impediu de fazer nada, na verdade eu gosto de viajar sozinha.

16) Transar em alguns lugares loucos.

17) Ter 31 anos e ter mais energia que muita gente de 21.

18) Ser chamada de louca por um hippie que vende artesanatos na rua e que não parecia nada normal.

19) Ter alimentado um golfinho.

20) Ter aprendido hoop dancing e na verdade me tornado boa nisso. Me fez perder a vergonha de palco. Uma das minhas fontes de felicidade.

21) Fazer parte de um grupo de pessoas mais interessantes, exóticas, criativas e lindas que já conheci.

22) Ter trabalhado num Summer Camp.

23) Ter conhecido o Seu Chico, um velhinho que morava sozinho no último engenho de farinha movido a boi em Floripa e que fazia uma cachacinha muito boa. Passamos uma tarde inteira conversando. Ele foi assassinado um ano depois e até hoje não descobriram o responsável.

24) Ter me virado sozinha a vida inteira sem ajuda de ninguém.

25) Dar de cara com um parente em semi-coma numa tentativa de suicídio (eu não ia contar essa mas foi algo que me marcou muito).

26) Ter sido presidente do Centro Acadêmico por 3 anos e feito parte da ENECOS - Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social. O movimento estudantil me trouxe muita coisa boa: experiência, amizades que mantenho até hoje, inúmeras viagens, perder a vergonha de falar em público, namorados, a sensação de fazer algo bom pela sociedade, entender toda a estrutura da universidade e estar 100% envolvida nela. Minha época de faculdade foi muito boa!!!

Tem outras coisas que não dá pra publicar aqui e provavelmente outras coisas que não lembro agora.

Um cara simples


Jack Johnson, antes de se tornar famoso
outubro de 2000

quarta-feira, janeiro 18, 2006

quote of the month

"You know the world is going crazy when the best rapper is a white guy, the best golfer is a black guy, the tallest guy in the NBA is Chinese, the Swiss hold the America's Cup, France is accusing the U.S. of arrogance, Germany doesn't want to go to war, and the three most powerful men in America are named Bush, Dick, and Colon."
Chris Rock

The Corporation


Estou assistindo ao filme The Corporation, um documentário bem detalhado sobre a história das corporações, como começaram, o que são, o que fazem e porque causam tantos danos à sociedade. Também trata do ponto de vista patológico/ científico já que o termo corporação, de acordo com a lei, é considerado como uma pessoa. E ainda mostra os pontos em comum com um psicopata. Eu recomendo.
Dá vontade de se esconder na selva e plantar a própria comida pois aqui na cidade não tem como fugir delas. Acho que a melhor opção é ficar de olho em quais causam menos danos ou naquelas que buscam saídas pros problemas causados ou conscientes do poder de trazerem benefícios pra comunidade. E boicotar as que só e somente visam os lucros.

Por falar nisso, a organização Global Exchange realizou uma pesquisa e está divulgando as 14 empresas que mais violam os direitos humanos. Dá uma olhada (o texto está em inglês).

segunda-feira, janeiro 09, 2006

A Bordo


Ok, estava tentando segurar a novidade mais um pouquinho mas não dá mais. Não consigo ficar quieta.

Pra quem não sabe, um dos meus trabalhos é ensinar português no Berlitz. A companhia tem um convênio com a Crystal Cruises que contrata professores pra ensinar nos cruzeiros.
Semana passada fiquei sabendo que fui aprovada pra uma das viagens. Dia 28 de abril embarco no Crystal Symphony em Miami e vamos até Lisboa. O cruzeiro é cheio das frescuras, noite de gala e o escambau mas não importa, só sei que era o que eu precisava pra ficar empolgada de novo. Portugal lá vou eu!!!

Quero aproveitar pra passar um tempo viajando pela Europa, visitar os amigos. Fazia tempo que estava pra fazer isso. Quem sabe dá pra ir a Copa do Mundo. humm...estou cheia de planos.

quinta-feira, janeiro 05, 2006

Avenida Professor Rubens de Arruda Ramos

Uma coisa que eu tinha esquecido era como os nomes de ruas no Brasil são compridos. Geralmente são nomes de pessoas e nós latinos temos nomes pra lá de grande. Fico imaginando o pobre do turista estrangeiro que está acostumado com Sunset Boulevard, Broadway, Central, Main ou First tendo que aprender os nossos nomes de ruas. Deve dar nó na cabeça.

segunda-feira, janeiro 02, 2006

Pra que comparar?

Sei que é meio inevitável para o imigrante comparar o país de onde veio e o país onde mora. Mas às vezes me irrito um pouco com isso.
Tem uma lista no Orkut de brasileiros nos Estados Unidos que grande parte dos tópicos são ou de gente criticando o Brasil, de gente criticando os EUA ou comparando os dois. Ficou cansativo. As pessoas têm uma imensa dificuldade de se adaptarem a uma nova situação ou de enfrentarem riscos. Ficam vivendo no passado ao invés de olharem novos aspectos com positividade.
No começo quando a gente está na fase de adaptação não tem como não comparar e sentir saudades da família, amigos, comida mas alguns passam anos nessa fase. Não gosto de ouvir brasileiro criticando os EUA ou de americano criticando o Brasil. Pior ainda são aqueles que nunca passaram pelo menos 2 anos no outro país. As críticas que eu digo são em relação ao modo de vida, as generalizações, não de uma notícia que tenha lido, por exemplo. É tão fácil pras pessoas julgarem o que não conhecem.
Alguns exemplos de comparação ou generalização:
- falar que o imigrante é tratado com preconceito nos EUA como se o Brasil fosse completamente diferente. Ora, não me venham com essa. Os próprios imigrantes fazem questão de não se misturarem. Aqui em Los Angeles tem bairros como Chinatown ou Korea Town que até as placas comerciais não são em inglês, sem contar as pessoas que não fazem a menor questão de aprender inglês. E o governo oferece aulas de inglês DE GRAÇA. Como comparar um país que recebe milhares de imigrantes POR DIA? A imigração no Brasil, hoje em dia, é mínima. Ainda assim, olha o preconceito contra o nordestino em São Paulo.
- "americano é frio". Depende. Não sinto muita diferença com o sul do Brasil. Em geral, eles demoram mais a se aproximar mas depois que são amigos, são pro que der e vier. Te ajudam a pintar a casa se precisam. Te levam no aeroporto. Ajudam a fazer mudança.

Que outras generalizações você sabe? Qual a sua impressão sobre isso?

Eu gosto do Brasil e gosto dos Estados Unidos. Acabei ficando por vários motivos mas simplesmente me senti mais feliz aqui do que lá. É isso que importa: felicidade. Passar a vida criticando ou julgando não parece contribuir muito pra isso.

UPDATE
Outras generalizações que eu presenciei na terrinha:

um primo dizendo: odeio americano!! E nunca saiu de Floripa e acho que nunca conheceu um americano.

um ex-colega de trabalho dizendo que a menina que acabou de voltar da Itália e já comprou um carro, provavelmente deve ter trabalhado como prostituta pra ter juntado dinheiro tão rápido.
quanto a essa questão, mesmo que essa menina tivesse trabalhado como protistuta (o que eu não acho que seja o caso) pra que esses comentários? deixa ela ser o que quiser.

uma outra foi a preocupação como a nossa ocupação profissional aqui. Acham que toda imigrante não consegue passar de baby-sitter ou faxineira.
O Reveillon começou devagar mas depois fomos pra uma After Party e só fomos dormir às 7hs da noite de domingo!! Ê festerê! Uma coisa que não posso reclamar é que os amigos sabem como festejar.

Foi um fim-de-semana até que produtivo. Fomos ao Museu de Arte Contemporânea assistir a exibição de "Ecstasy - In and About Altered States". Estávamos pra ir há um tempão. Cada vez mais gosto de arte contemporânea.

Nunca fui de fazer resolução mas esse ano quero:
- morar melhor
- aprender a ouvir melhor as pessoas