terça-feira, abril 24, 2007

Amiga do ex?

Eu geralmente me sinto muito afastada do Brasil, como se minha vida lá tivesse sido em outra encarnação. Quando converso com alguém de lá é que vem umas lembranças de tudo, relembro os amigos, as aventuras, os namoros, as dores de cotovelo...é uma sensação estranha, tipo um astronauta voltando à Terra depois de 15 anos.
Eu não sou muito de ficar no Messenger porque faço várias coisas ao mesmo tempo que estou no computador. Mas ontem fiquei 2 horas conversando com um ex, o último antes de sair do Brasil. Fazia pelo menos um ano que a gente não conversava e foi super bom.
É algo na minha vida que espero ser assim sempre: ter uma boa relação de amizade com praticamente todos os meus ex, desde o primeiro. No mínimo um scrap no Orkut aqui e ali. Alguns deles sou amiga mesmo, de dar conselho, falar da vida sentimental... O amor pode ter acabado mas pra mim, sempre fica um carinho que vira amizade porque afinal se a gente namorou é porque tivemos afinidade.
A minha paixão da adolescência (o primeiro amor) se tornou um dos meus melhores amigos depois de 2 anos sem se falar. Ele vivia na minha casa e até visitei a vó dele quando fui ao Brasil.
E você? Fala com o ou a ex?

sexta-feira, abril 20, 2007

O que há de diferente nesta foto?

Esse é o elevador do meu trabalho. E eu que achava que brasileiro é que era supersticioso. Um prédio não ter 13º andar? Eu, hein?
Ouvi dizer que vários prédios são assim.

Mais ameaças a escolas

Esta manhã um garoto de 17 anos carregado com um rifle e armas desapareceu em La Verne, oeste de Los Angeles. Coincidentemente hoje faz 8 anos que aconteceu o primeiro tiroteio de estudantes em escolas americanas, a famosa história da Columbine High School no Colorado onde 15 pessoas morreram.
Por precaução os pais do garoto avisaram à polícia e as aulas da escola que ele estuda foram suspensas.

E a tendência é o ser humano se esconder cada vez mais dentro de casa, evitando ao máximo o contato com outras pessoas. Mesmo agora as pessoas, se quiserem, mal precisam sair de casa porque a gente pode conseguir tudo pelo computador ou telefone.

quinta-feira, abril 19, 2007

Filmes da semana

Minha preferência são os filmes que tenham uma história bem contada, filmes mais psicológicos do que visuais, que chacoalhe o cérebro um pouco e principalmente que saia daquela fórmula de mocinha paranóica que precisa ser salva, mocinho galã tentando afirmar a masculinidade e bandido malvado que vai se ferrar no final.

Dois filmes que eu recomendo:

Thank you for smoking - comédia muito sarcástica sobre um lobista da indústria tabagista sem escrúpulos nenhum para conseguir o que quer. A argumentação é alma do negócio.

Half Nelson - filme independente de um diretor novo em Hollywood assim como o ator Ryan Gosling que ganhou indicação para o Oscar por causa deste trabalho. Outro roteiro muito bem contado, cheio de histórias "nas entrelinhas" sobre um professor de História viciado em crack e a amizade com uma aluna. Outra coisa que eu gostei é que trata da questão racial com muito mais naturalidade. A gente espera que eles vão começar a falar de preconceito e não falam.

Virginia Tech

Eu evito postar sobre os assuntos violentos que estão em destaque mas gostei desta charge.

Esse foi meu comentário no blog Sonho Meu:
Graças a um professor, acho muito relativo essa coisa de atribuir atitudes violentas a loucura. Pode ser que o cara fosse louco. No entanto, culpar a loucura é uma forma mais fácil de justificar um ato violento tirando a responsabilidade da sociedade. Porque, afinal, ninguém quer ouvir que a forma que vivemos está errada, não é mesmo? O fato de alguém ter um comportamento sinistro ou depressivo não significa necessariamente que essa pessoa vá sair por aí assassinando os outros.
O problema é bem mais complexo. Além da questão do armamento, existem vários outros aspectos que andei pensando desde que assisti Bowling for Columbine:

- O uso cada vez maior de video-games cria um mundo imaginário distante da realidade. Matar no mundo imaginário é muito comum.

- Crianças americanas crescem cada vez mais sem conexão com família. É uma instituição que está se desintegrando nesta sociedade. Os pais, que trabalham cada vez mais e passam pouquíssimo tempo com as crianças, quase não dão carinho para os filhos e essas crianças perdem um pouco (ou muito) da noção do amar e ser amado.

- o individualismo total

- e claro, a questão da violência. Os EUA condenam qualquer imagem erótica/sexual mas mostram armas e agressividade sem nenhum problema, tanto no cinema quanto na TV e nos desenhos animados, etc. Há tanta banalização da violência que faz parecer quase legal, sem contar no destaque que a imprensa dá.

No blog Stuck in Sac, achei esse artigo do jornal The Independent muito interessante sobre o caso.

sábado, abril 14, 2007

Vento ventania

Não foi um furacão mas nesta última quinta-feira, os ventos em Los Angeles chegaram a 100 km/h e causaram muitos estragos. Uma mansão em Beverly Hills pegou fogo (não sobrou nada), há árvores caídas por toda a cidade e vários bairros ficaram sem luz. Trabalho no 15º andar de um prédio - o que é raro por aqui - e da janela dava pra ver tempestades de areia se formando. O trânsito continua um caos porque ainda não conseguiram consertar todo o problema da eletricidade e alguns sinais continuam apagados.

Blogs
Por falar em clima, o blog da Lucia é completamente ecológico e trata de várias questões ambientais.

Qual a sua opinião sobre aquecimento global?
Ontem finalmente terminei de assistir
Inconvenient Truth do Al Gore.
Me diz aí, sem julgamentos sem nada:
  1. Você pensa sobre o assunto e já começou a mudar sua rotina.
  2. Você pensa sobre o assunto mas por enquanto não tomou nenhuma iniciativa.
  3. Você não pensa sobre o assunto.
  4. Você acha toda essa história de aquecimento global um saco e tem mais o que fazer.
  5. Nem acha que é tão grave assim.
Qual a sua opção?

O que fazer para melhorar?
Caso você não saiba o que fazer, aqui estão algumas sugestões.

O que eu faço?
  1. Tenho um carro econômico. Resolvo várias coisas num dia só pra ter que dirigir menos.
  2. Levo sacola (pano ou plástico) pro supermercado. Aprendi a fazer isto na Alemanha, desperdício lá é praticamente crime. As sacolas plásticas são difíceis de reciclar .
  3. Reciclo tudo há 15 anos.
  4. Ajudo no controle demográfico :) : não tenho filhos e não pretendo ter vários. Com a expectativa de vida aumentando, a população está quadruplicando e a necessidade do uso de todos os recursos naturais também. Portanto mais devastação.

domingo, abril 01, 2007

Qual a eficácia de uma assinatura?

Esses dias estava lendo sobre um grupo de atores globais que criou uma ONG para ajudar a proteção da Amazônia. Eles estão fazendo um abaixo-assinado para entregar ao presidente Lula. Não consegui achar mais detalhes sobre o assunto mas essa notícia me fez pensar sobre uma coisa.
Sei que a intenção dos atores é boa como também de qualquer um que cria um abaixo-assinado em prol de uma boa causa. Mas a convivência com os americanos está me ensinando uma coisa: a
praticidade.
Sinceramente não acho que abaixo-assinado seja a forma mais eficaz de conseguir que uma idéia se transforme em ação. Posso estar errada mas parece que toda vez que há um problema no Brasil, a saída é reclamar para o Governo esperando que eles tomem uma atitude. Hoje em dia, acho que os cidadãos têm um papel tão importante quanto os políticos e que a gente pode mudar muito mais do que se imagina. Essa coisa de culpar/responsabilizar o Governo ou Deus por todos os problemas ou soluções infelizmente não traz muitos resultados e o que a gente vê é uma chuva de lamentações e todo mundo sonhando que o futuro, quem sabe, seja diferente.
Manifestações à parte, o que o indivíduo pode fazer de uma forma prática? Alguns exemplos que eu vejo hoje em dia:

- Angelina Jolie. Sim, ela é rica e famosa. E daí? Vai para vários países pobres, convive com eles, escuta, traz soluções, faz doações, levanta questões e também claro, pressiona o Governo.
- O Tobias passa a maior parte do ano na Tailândia e Camboja. É um cara que tinha acabado de se formar na universidade. Ele poderia lamentar, reclamar do Governo mas ao invés disso, criou uma ONG sozinho, arrecadou dinheiro e está mudando a vida de muita gente naquela região. Mais sobre o Human Translations neste post.

- a ONG que eu faço parte - Global Inheritance - cria várias atividades em grandes eventos para atingir os jovens para mostrar a importância da reciclagem, meios alternativos de energia, uso de transporte público entre outras coisas.

- Várias vezes que alguém na nossa comunidade passa por um problema, o pessoal se organiza, faz uma festa, um leilão ou o que for pra arrecadar dinheiro como um amigo que aos 33 anos descobriu que estava com câncer e junto veio uma conta de hospital de alguns milhares de dólares.

Enfim, acho que essa prática de fazer acontecer muito interessante. Percebo que as pessoas aqui são muito competentes quando se responsabilizam por algo, é quase algo obssessivo mas o mundo está precisando disto mesmo.

No caso dos atores, que bom que eles estão se mobilizando, afinal,
quem sou eu para reclamar de boa ação? Mas acredito que eles têm um poder de transformar muito maior, como por exemplo, através de um programa de conscientização local (porque as pessoas tendem a escutar/respeitar pessoas famosas). Com a mobilização da comunidade, fica mais fácil receber denúncias e preservar mais. Claro, que pressionar os políticos é necessário também mas está na hora de esperarmos menos pelos outros.

Casa na praia? não, obrigada

Foi-se o tempo que uma casa na beira da praia numa ilha paradisíaca era o sonho de todos nós. Hoje aconteceu mais um tsunami na Ásia, dessa vez próximo às ilhas Salomão. O estrago não foi como o de 2 anos atrás mas até agora 8 pessoas morreram e 2000 estão desabrigadas.