quinta-feira, junho 30, 2016

Diário de Trabalho duma Imigrante

Hoje li esse artigo interessante sobre subempregos no exterior. Daí estava aqui a pensar com meus botões.
A primeira vez que voltei ao Brasil em 2004, todo mundo me perguntava o que eu estava fazendo em LA, ou seja, todo mundo queria saber se eu estava em "subemprego". Já vi muito essa "preocupação" no Brasil porque tem muito essa coisa de status social. 

1) Realmente ter se formado numa das melhores universidades do Brasil e ralar aqui não foi fácil mas com certeza aprendi muito com a experiência e sou muito grata por isso. Trabalhei em muita coisa diferente mas dentro de um ano eu já estava numa ótima companhia. Fiz muita coisa antes disso: restaurante, reforma, bilheteria de cinema, marketing, contabilidade etc. A maioria do pessoal que chegou na mesma época está bem. Um é um fotógrafo respeitadíssimo, outro diretor de cinema, outro gerente de uma empresa de médio porte e por aí vai. Aqui a idade importa menos quando se começa uma nova carreira.

2) Desde o início gostei muito da relação empregado-chefe. Me parece que há um respeito maior em ouvir as pessoas, em dizer por favor e obrigado, o que torna o trabalho bem mais prazeroso do que chefe que te chama aos berros (como aconteceu nos empregos em Floripa).

3) Quem trabalha em restaurante aqui não tem necessariamente o status de subemprego e nem é trabalho só de imigrante. Um garçom consegue se manter bem com a grana que recebe e frequentemente ganha melhor que um trabalho tedioso de escritório. O serviço ao cliente é bem valorizado por aqui. 

4) No fim das contas a maioria do pessoal que trabalhou comigo no jornal em Floripa acabou desempregado de qualquer forma e muitos passaram muita ralação pra encontrar algo que pague as contas. E o pessoal que veio pra cá ralou muito no começo mas as portas se abriram com o tempo. 

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