Eu sei que é horrível julgar atitudes alheias e eu estava evitando escrever sobre isso porque tenho amigas nesta posição mas vamos lá.
Muitos anos atrás, assim que eu e meu primeiro namorado em LA terminamos, eu comecei a andar muito com um casal. Queria ficar um pouco longe de tanta azaração de homem, então achei que aquela situação era ideal. A gente vivia pra lá e pra cá. Rolava umas conversas super profundas e até fizemos uma viagem de uma semana pela Califórnia. Eles já estavam há dez anos juntos. Um certo dia, ela me contou que depois de várias conversas, eles tinham resolvido ter uma relação aberta e por isso ela ficava com outras mulheres. Eu sempre fui muito clara em relação a tudo isso, ao menos eu pensava que era.
Quatro meses depois, o cara aparece na minha casa. Conversa vai, conversa vem e o cara me solta essa:
- O negócio é o seguinte. Gosto de conversar contigo mas hoje estou com muito tesão. Vai rolar ou não?
Gente, eu fiquei boquiaberta. Nem sabia o que dizer. Será que depois de 4 meses, ele não tinha sacado que essa não era a minha história? Pelo jeito não.
Eu disse que esse negócio de ser a outra não era comigo. Ele saiu fora e não nos falamos mais. Nunca entendi porque ele ficou puto. Orgulho de macho? Decepção por ter "investido" 4 meses em vão?
Dois anos depois resolvemos ter um almoço pra conversar sobre isso e o clima mais uma vez ficou chato e não adiantou nada. Nunca mais os vi.
Ano passado também andei grudada com um casal que vive uma relação aberta e resolvi dizer logo que esse negócio de não ser a número um não é comigo. Não houve stress.
Nesse caso, tinha o consentimento das namoradas mas ainda assim não consigo me imaginar no papel de amante. Tenho amigas(os) que não tem o menor problema em ficar com alguém comprometido. Aliás, tenho amigas que até preferem caras comprometidos porque assim eles não ficam no pé. Eu sempre tive dificuldades de entender isso. Não sei, talvez eu seja "careta", romântica ou simplesmente sempre tentei seguir o ditado "não faça com os outros o que não quero que façam comigo". Tem tanto homem no mundo. Pra que vou querer um que eu precise viver na mentira? Quero uma relação mútua. Na verdade, eu não me sentiria bem numa situação dessa. O pior é que quem se dá bem é o homem, que na maioria das vezes não se separa da "oficial" e caso separe é pra ficar com a amante. Ficar sozinho é difícil. Enquanto isso, a esposa/namorada foi enganada, no meio de uma mentira e a amante sonhando com o dia em que vai te-lo só pra ela. Uma das duas sempre acaba sofrendo. Por que a mulher se sujeita a isso? Por que a mulher dá o poder pro homem? Ainda não cheguei a conclusão se este tipo de atitude é egoísmo (dane-se os outros, eu quero é me dar bem) ou se a mulher não se dá o valor que merece.
Dia desses conversei com um cara casado que tem uma "namorada". Ele parece até bem apaixonado pela outra mas quando fui conversar com ele, ele deu a entender que é temporário, coisa de tesão e que ele jamais largaria a esposa. Não é um lance de crise conjugal, dúvidas na relação. Não, ele só está afim de uma aventura. Fico com pena das duas mulheres que parecem ser pessoas fantásticas. Por que a gente fica "burra" quando gosta? Nessas horas eu me sinto tão feminista e a vontade que dá é de alertar a esposa.
Aliás, a mesma coisa aconteceu com outros amigos mas ao contrário. Uma menina transando com 2 grandes amigos meus. Quando meu melhor amigo veio me dizer que estava se apaixonando por ela, eu não aguentei. Contei tudo o que estava rolando. Eu simplesmente não consegui me calar ao ver um cara tão gente boa fazendo papel de otário e ela fazendo joguinho com os dois. Eu não gosto de ficar de cúmplice numa situação dessa.
Eu achei muito legal a atitude de uma amiga que morre de tesão por um cara do trabalho. Ele sabe e por isso fica dando em cima dela. O cara nunca foi fiel a uma namorada sequer. Ela disse: por que você se põe nessa posição se isto não faz parte da sua natureza? Por que você não assume o que realmente é? No dia que você estiver sozinho, pode me ligar.
quinta-feira, fevereiro 11, 2010
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