quarta-feira, março 10, 2010

Ecomalthusiana

Depois dos documentários que eu assisti, tenho pensado muito na (ir)responsabilidade da procriação. Eu sei que todo mundo que tem filho diz é a coisa mais maravilhosa do mundo, que sua vida muda e tal. Eu acredito. O amor incondicional realmente é lindo.
Eu já passei por várias fases sobre querer ser mãe ou não. Disse que jamais teria filho até os 28. Depois disse que adotaria. Daí fiquei louca pra ser mãe, tanto a ponto de quase propor a um amigo pra fazermos um. E então comecei a namorar e fui deixando pra lá porque o namorado não queria.

Agora tenho pensado muito no impacto que nossa espécie está deixando no planeta. Não é questão de educar bem, de ser ecologicamente correto, etc. Com a expectativa de vida aumentando a cada geração, o planeta não tem estrutura pra suportar um crescimento populacional tão grande. Estima-se que seremos 12,5 bilhões em 2050. A água potável já é uma preocupação. Nossa superpopulação precisa de mais comida e consequentemente mais terra pra gado e plantações, mais terra para construção de cidades, mais recursos usados para o nosso bem-estar. Nisso vamos tirando o espaço de outras espécies tanto vegetais quanto animais. Quantos animais estão sendo extintos por destruirmos o habitat deles? O planeta não tem capacidade de suportar tanta gente.

Eu sei que é viagem minha e quase impossível de acontecer mas a única solução que eu vejo, seria limitar o número para um filho em cada família, como já foi feito na China. É necessário uma redução da população mundial. Acho que só com o controle demográfico aliado a educação ambiental poderemos ter mais qualidade.

Fui pesquisar sobre o assunto e acabei de descobrir que esta é uma idéia ecomalthusiana.

10 comentários:

  1. "Única solução"? Única mesmo, comprovada? (me bate um eco histórico, "solução final"). "Limitar..."? Quem decidiria isso? O presidente do mundo? E a liberdade das pessoas de decidir ou não gerar a vida,onde fica? bjs

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  2. Megui, desculpa pela maneira estabanada com que fiz o comentário anterior. Não me expressei bem. Entendo tua preocupação com a superpopulação, é mesmo um problemaço com que o mundo precisa lidar. É que me incomodam profundamente as políticas de estado que, a pretexto do bem comum, limitam as liberdades básicas das pessoas. Soluções simplistas não são o caminho. Planejamento familiar é uma necessidade, mas também é fato que a taxa de natalidade tá caindo cada vez mais nos países pobres e em desenvolvimento e já é negativa em vários (graças à educação e à informação). Terra disponível pra plantar ainda tem de sobra. Uma reforma agrária decente no Brasil, p.ex., ia liberar chão fértil de montão. Tem alimento suficiente no planeta pra acabar com a fome, mas tá concentrado em poucas mãos. Muitos problemas são mais políticos que ambientais (sem querer desprezar os ambientais). Acho sempre arriscado pensar em políticas públicas pra uma humanidade idealizada e perder de vista os indivíduos, o brilho único nos olhos de cada um. A opção de ter filhos ou não (ou interromper ou não uma gravidez) é estritamente pessoal e sem garantia alguma de sucesso. E quem toma a decisão vive as consequências dela, boas e ruins, até o fim dos seus dias. Por isso, num assunto como esse, é bom decidir pelas motivações mais profundas do nosso ser. Bom, essa é uma opinião. bj!

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  3. Ei, Dauro, fico feliz que vc tenha escrito sua opinião. Na verdade tenho curiosidade de ver o que as pessoas tem a dizer a respeito.
    Realmente muitos problemas são políticos mas a minha preocupação com animais e meio ambiente é muito maior do que com gente. Foi a única solução imediata que EU vejo no momento, não a única solução possivel. Tambem sei que uma lei como esta jamais aconteceria mas ontem estávamos conversando sobre meio-ambiente e uma amiga estava falando que o ideal eh que cada sabe de sim muitas decisoes individuais causam consequencias coletivas e as vezes medidas emergenciais são necessarias.

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  4. Então tá, vou provocar um pouco: será que você não tem uma visão idealizada sobre o que é meio ambiente? GENTE também faz parte, não é só planta e bichos fofos em lugares inóspitos e bonitos. Cidades fazem parte. A Amazônia tem 27 milhões de habitantes (por aí). Um dos erros primários que muito ambientalista comete é enxergar a Amazônia como uma grande área verde desabitada. Ela só vai ser salva se as pessoas que viverem nela também se engajarem nessa proteção de maneira ativa, com apoio mas sem paternalismo.

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  5. Ok, vamos ver. Visão idealizada? Não, não acho. Gente tb faz parte sim. Não quero a extinção do homem mas acho que somos como uma praga destruindo tudo. Continuo acreditando que o planeta não tem condições de suportar um crescimento populacional tão grande. Eu sei que a taxa de natalidade está diminuindo em muitos lugares e espero que isto ajude.
    Não sonho em tudo virar floresta novamente, ou começarmos a viver em árvores. Educação ambiental é fundamental sim, mas não o suficiente. Eu acredito que pro planeta e humanos terem uma qualidade maior de vida é necessário menos gente causando impacto. Claro, que adicionado a muita educação ambiental.

    Eu não vejo como paternalismo. Eu vejo como "grupalismo". Grande parte das vezes, atitudes individuais causam consequencias em todo o coletivo. Como alguém que dirige bêbado, põe em risco não só a própria vida mas a de outras pessoas. Já o suicídio, não acredito que deveria ser considerado crime. É responsabilidade pessoal.

    Já cheguei a pensar que as cabeças pensantes deveriam procriar mesmo (vc já assistiu o filme Idiocracia?) mas agora acho que mesmo com filhos inteligentes, o impacto ambiental da nossa presença tem sido crucial.

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  6. Complementando o exemplo da bebida, você pode educar, dizer que dirigir bêbado é perigoso. Alguns podem aprender a lição. No entanto, o número de motoristas bêbados só diminui mesmo quando a lei realmente entra em vigor. Infelizmente só assim a maioria corre menos riscos.

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  7. Mas entendo o ponto da intervenção governamental na nossa vida pessoal. É verdade. Acho muitas vezes exagerada. Eu continuo acreditando em educação mas é um caminho a longo prazo e no momento nem sei se meus netos terão água potável. Será que eles vão viver de Gatorade como no filme Idiocracia?

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  8. My point is: quem decide o que é "bem comum" pra definir quais liberdades individuais devem ser restringidas? Percebe o risco disso, né? Qual é a legitimidade de quem toma esse tipo de decisões que invadem a esfera pessoal? Tento me imaginar na posição dos líderes chineses que criaram a política de "um único filho" e em seguida me imagino um chinês que adora crianças. Não consigo ficar do lado do burocrata que criou essa regra. Até porque ela é burlada por quem tem influência e poder político. (Sempre bom conversar com você).

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  9. tá certo. Muitos meses depois dessa conversa, eu entendo o que você quer dizer com interferência do Estado. Então deixamos essa "solução" de lado mas ainda acho que a população humana está causando um impacto ambiental irreversível. Quanto mais gente, mais energia, água, terra pra gado, imóveis,etc. Tudo isso é necessário pra suprir apenas as necessidades básicas da população. Por isso, eu acredito que a diminuição em número da nossa espécie ajudaria a nossa qualidade de vida e a do planeta.

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