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Coloquei alguns adendos.
Ando completamente sem tempo ou energia pra blogar.
Acabei optando pela opção 1 de trabalho e vamos ver até onde aguento a carga horária de 8 horas mais as aulas que eu ensino. Voltei a trabalhar como uma louca sem mal ter tempo pra comer ou dormir, como eu disse é 8 ou 80 mas esse 80 não pode durar muito não. Esta semana estou cobrindo as férias de outro funcionário e estou trabalhando das 5 da manhã às 2 da tarde. Ontem fui pro trabalho sem dormir mas foi por uma boa causa.
No feriado mais importante para os americanos, o Thanksgiving, eu fui mais uma vez para o Arizona. É o 4º ano consecutivo mas desta vez não quis saber de passar com a família do Dan fazendo exatamente as mesmas coisas. Chega de agradar os outros e fui fazer o que me deu vontade. Eu, meus cachorros, 7 brasileiros, um português e um americano alugamos uma van e passamos 4 dias na estrada viajando pelo estado do Arizona. A temperatura variou entre -1C e 10C. Apesar do frio e da minha tendência de ser vela ter se manifestado novamente, foi muito divertido.
No primeiro dia foram quase 12 horas de viagem até o Grand Canyon por causa das paradas. Não fizemos muita coisa já que escurece muito cedo nessa época do ano. Acampamos lá e cantamos na fogueira até a lenha acabar.
No segundo dia a turma desceu o canyon mas eu não pude porque eles não permitem cachorros na trilha. Fui ver outros pontos e caminhar na parte de cima do canyon. De lá partimos pra Flagstaff pra passar a noite. Dessa vez só paramos lá pra dormir mas vale lembrar que eu acho aquela cidade uma gracinha, super charmosinha e o único lugar até hoje que eu comi fondue (ih, americano que quando viaja só fala da comida).
No terceiro dia fomos pro Castelo de Montezuma e Sedona. Essa é a parte da viagem que eu já tinha feito no ano passado com o Dan mas sempre vale voltar com uma turma. Em Sedona, eles foram andar de jeep e eu fui fazer uma trilha no meio dos canyons com os cachorros. Com todas as histórias de bruxas, coiotes e outros animais, fiquei um pouco assustada ao mesmo tempo que me deu uma sensação de liberdade porque não havia ninguém na trilha. Sozinha no silêncio. Uma mistura de coragem e medo, não é este o fator da adrenalina? Estava escurecendo e eu não quis vacilar. Tratei de voltar antes que a Nina virasse comida de coiote pois é no pôr-do-sol que eles mais atacam. De noite partimos pro leste e acampamos quase na divisa com o Novo México. Ficamos numa cabaninha de madeira que lembra aquelas histórias meio "Daniel Boom" (haha, essa é do arco da velha). Mais fogueira adicionada a vinho e marshmallow. E não se esqueça do vinho do Porto, afinal há um português entre nós e ele não quer saber dessas coisas de vinho californiano.
No dia seguinte fomos para o Painted Desert e Petrified Forest, ou seja, o deserto pintado e a floresta petrificada. O primeiro tem formações de terra de várias cores diferentes, todas em camadas. Segundo me disseram o motivo foi a erupção de um vulcão. E por último a floresta petrificada não é exatamente uma floresta mas foi há milhares de anos. As árvores araucárias foram se solidificando e se transformaram em pedras. Inédito pra mim. Eu nunca tinha visto algo assim.
Depois foi dirigir tudo de volta. Cheguei em casa, tomei um banho e fui trabalhar exausta mas com uma sensação gostosa de ter saído da rotina. Nada melhor que um gostinho de aventura.