quarta-feira, outubro 26, 2005

Sexo x Amor

Eu nunca fui de republicar post mas várias pessoas entram no meu blog por causa deste aqui e deixaram uns comentários interessantes. (data original: 26/10/05)

Uma vez quando morava no Brasil, atendi o telefone chorando porque tinha acabado de terminar com o namorado. O homem no outro lado da linha ligou pra mim por engano mas acabou me consolando por um tempo e me fez sentir melhor. Acabamos ficando amigos e acho que conversamos algumas vezes por telefone.
Um dia saímos pra tomar uma cerveja no bar e ele contou que estava casado há uns 2 anos e amava muito a mulher dele. O único problema é que ele tinha muito mais tesão e vontade de transar do que ela. Ela se satisfazia com uma vez por semana e ele queria mais. Ele não queria deixá-la mas não sabia o que fazer. Óbvio que no fim ele esperava um tipo de consolo diferente de mim se é que vocês me entendem mas não forçou a barra. Achei muito legal a sinceridade dele só que esse negócio de ser amante não é comigo.
De qualquer forma ele estava confuso sem saber o que fazer, sem ter a certeza de que trair a mulher era a melhor saída. Ele só gostaria que a mulher sentisse tanto desejo sexual quanto ele.
Lógico que a história dele poderia ser tudo cascata pra dar umazinha mas acho que não, senão ele nem contaria que era casado.
Eu não sabia o que dizer e hoje em dia ainda não saberia. Por isso eu pergunto: qual a melhor saída?
Separação?
Traição (sei que a maioria diz não)?
Será que era uma fase?
Será que há solução?

O que fazer quando você ama uma pessoa, que é sua "alma gêmea" (se é que isso existe) mas não se satifaz na cama?

ei, isso tá parecendo um episódio de Sex and The City. Charlotte teve um problema parecido mas na televisão, o sexo melhorou. E na vida real? Melhora?

Fortune Cookie

No biscoito da sorte de hoje:

"Your principles mean more to you than any money or success."

So true!!

terça-feira, outubro 25, 2005

Hooping video festival

Quer ver o que as hoopers fazem com um bambolê? Através do hooping.org (o site está no lado), eles fizeram um festival e tem uns vídeos muito legais. E não é só mulher que faz isso não. Olha só.






Essa semana fiz meu primeiro hoop. Decorar é meio terapêutico.

trabalhar eh...

no Brasil = pressão para não errar
nos EUA = incentivo para acertar

quinta-feira, outubro 20, 2005

Dicas sobre LA

Praticamente toda semana eu recebo, e-mail, scrap no Orkut ou comentários de pessoas me perguntando sobre viver nos EUA ou de gente que está aqui há pouco tempo e quer fazer amizades. Não me leve a mal, eu adoro fazer amizades. Só que eu mal consigo arranjar tempo pra visitar os que eu já tenho. São 3 trabalhos, aula, cachorro pra cuidar, apartamento pra arrumar, ajuda comunitária, preparação de performance, internet e namorado. Só tenho um dia de folga pra fazer o resto mas eu prometo que vou tentar.

Eu já comentei sobre morar em LA antes, tem alguns posts antigos (14/07/04). Eu não sei exatamente que tipo de informação vocês estão procurando. Então vamos ver que dicas eu posso dar:

- A melhor fonte de classificados na minha opinião é o Craigslist. Lá você encontra tudo que quiser: carro, móveis, trabalho, lugar pra morar ou qualquer outra coisa.

- Pra alugar um apartamento a princípio é difícil porque quase todos os lugares checam o seu crédito. Aqui tudo funciona na base do crédito, até pra abrir uma conta de luz. O crédito é baseado no seu histórico financeiro (quanto você gasta, se paga em dia...). A forma mais fácil de começar o crédito, é pagar suas coisas com cartão de crédito (americano, claro). Quanto mais você usa e paga em dia, melhor o seu crédito. Mas até pra conseguir o primeiro cartão é complicado. Você tem que deixar um depósito de 500 dólares num banco por um ano. Se você vem pra ficar, vale a pena.

- Acho que a melhor opção pra quem não tem trabalho ou lugar pra ficar é se hospedar no USA Hostels Hollywood. Não sei se ainda é possível mas acho que você pode trabalhar algumas horas por dia em troca de hospedagem.

- Pra alugar um quarto na casa de alguém, a média é de 600 a 900 dólares por mês. Existem alguns mais baratos ou bem mais caros. Ou lógico, tentar morar com mais pessoas pra sair mais barato, apesar de muitos prédios terem limites de pessoas por apartamento. Tinha um prédio que eu morava que eram 4 brasileiros num apartamento de um quarto mas muitas vezes só é permitido no máximo 2.

- Se locomover nesta cidade sem carro não é impossível mas complicado. Eu mesma morei aqui por 2 anos e meio sem carro. Los Angeles está longe de ter um bom sistema de transporte público. Passagem de ônibus: 1,60 ou 3 dólares pelo passe diário.

- Em relação a emprego, a maioria dos brasileiros que eu conheço trabalham em restaurantes seja como delivery drivers (entregadores) ou garçom. A forma mais fácil é conseguir um trabalho em restaurante brasileiro. A vantagem desse tipo de trabalho é que você ganha tip (gorjeta). Tem uma lista de restaurantes brasileiros no site Pelourinho. Não pense que isto é sub-emprego de imigrante. Como aqui tem muita gente tentando ganhar a vida como artista, muitos aspirantes a ator acabam trabalhando nessa área por causa do horário flexível. Em 4 horas, você faz o mesmo ou mais do que trabalhando em escritório.

- Os EUA, aos poucos, estão entrando numa recessão. Me assusta pensar que temos mais 3 anos de Governo Bush. Eu acho que aqui na Califórnia é mais difícil arranjar emprego e se manter que em outros lugares. Se você vem por dinheiro, eu recomendo outros estados. Se você vem com vontade de trabalhar com música ou cinema, LA é a melhor opção. A única dica que eu posso dar pra começar nessa área é trabalhar como estagiário pra construir um currículo e conhecer muita gente. Quanto mais contatos, melhor. O currículo ajuda mas não muito. Eles querem é experiência aqui e, pontualidade. Não espere por ordens, sempre venha com idéias.
Eu comecei como estagiária numa empresa e 3 meses depois fui contratada no departamento de comunicação.
Na minha experiência pessoal, as relações de trabalho foram cruciais na minha decisão de ficar. Os americanos são muito profissionais, educados, respeitadores e ótimos gerentes. Dão elogios, pedem por favor, com licença e dizem obrigado. Pra mim, que só gosto de trabalhar através de motivação, não deu muito certo no Brasil. A impressão que eu tive foi de que lá chefe só critica funcionário e eles jamais estão satisfeitos com o seu desempenho. Mas isso sou eu, afinal os brasileiros dizem que estou americanizada.

É isso. Não sei se vocês ainda têm mais dúvidas, qualquer coisa é só comentar/perguntar. Infelizmente vai ser difícil mandar e-mails individuais toda semana.

websites úteis:
Craigslist
Pelourinho
USA Hostels Hollywood

Nebuloso

Estou aqui sentada sem conseguir me mexer pra ir pra aula. Sem ânimo nenhum. Ando sem palavras.
Ultimamente é uma má notícia atrás da outra e junto, a sensação de que algo pior vem pela frente.
Há 2 dias, desde que voltei do funeral, não consigo tirar a imagem do meu amigo da cabeça. Na verdade o funeral foi mais alegre que eu esperava mas foi difícil falar com a família dele. Mais de 200 pessoas compareceram. Algumas pessoas me perguntam se eu era próxima dele. E eu nem vejo isso como uma questão importante. Eu não penso na nossa amizade, penso na pessoa linda que ela era. Uma das mais generosas e amáveis que eu conheci. No nosso grupo não importa quem é próximo de quem porque somos muito unidos.
Adoro a diversidade desse grupo: casados, solteiros, divorciados, nacionalidades diferentes, gente com filho, gente que não quer ter filho, gente de 18 anos, gente de 50, homossexual, hetero, bi. Todas as pessoas são aceitas.


Mas nem tudo é nebuloso. A viagem a Vegas foi legal. Eu não gosto daquela cidade mas o show do Cirque du Soleil - Zumanity - foi maravilhoso! Como eles dizem, é o lado diferente do Cirque. Erótico, engraçado, sempre perfeito.

domingo, outubro 16, 2005

Descompressao

Aos poucos vou voltando ao ritmo. Muita coisa na cabeça mas pouco ânimo de organizar idéias.

Sempre quando alguém próximo morre, nos põe pra pensar em coisas que deveríamos pensar constantemente. De como ser uma pessoa melhor, de ajudar mais, de fazer mais, de reclamar menos. Nossa comunidade anda mais unida ainda, eu nunca conheci pessoas tão solidárias.

Não fui ao Burning Man mas pelo menos fui na Decompression Party, que é uma festa na rua um mês depois do Burning Man pra trazer um pouquinho daquela arte pra cá e matar um pouco a saudade. Não bati fotos porque estava grudada no meu bambolê mas aqui tem algumas dos "LA freaks":

Fotos do Josh
Fotos do Paynie

sábado, outubro 08, 2005

Um daqueles dias


Mais uma vez a gente vê que as pessoas iluminadas partem primeiro. Recebi a notícia de um amigo do nosso grupo (Orangekids) morreu noite passada enquanto dormia. Já perdi vários amigos no Brasil mas aqui é a primeira vez que um de nós parte.
Quando eu era criança sempre dizia que quando eu morrer, espero que seja dormindo. Mas poxa, não aos 25 anos de idade, né?
Joseph Kreeper era um doce de pessoa, sempre pronto pra ajudar qualquer um, sempre de bem com a vida. É muito raro conhecer uma pessoa sempre disposta a ajudar a alguém da forma que ele fazia. Sempre. Sabe aquelas pessoas que são capazes de dar tudo pra ajudar alguém?

Eu tinha várias coisas pra escrever hoje, perguntas, conselhos... Há um mês que venho preparando uma surpresa de aniversário pro Dan. O plano é carregá-lo amanhã de manhã pra Las Vegas e assistir Cirque du Soleil. Tudo reservado: hotel e ingressos. Mas e agora?

Sabe do que eu sinto falta?

De uma lanchonete com salgadinhos baratos feitos na hora. Que saudade de comer uma empanada, coxinha, calzone ou sanduiche natural que não custam 6 dólares no intervalo do trabalho ou da aula.
Por enquanto tenho que me contentar com essas máquinas que vendem chips e nem sabor clássico tem.

Também sinto falta de uma padaria com pães fresquinhos e quentinhos. A maioria dos americanos que eu conheço não é muito chegada em pão.

terça-feira, outubro 04, 2005

Familia de amigos

Quando morava no Hawaii e estava planejando vir pra Los Angeles, todo mundo dizia pra não vir pois LA é uma cidade feia com um povo superficial.
E realmente no primeiro ano eu não suportava este lugar. Até que eu conheci o Paynie que me apresentou pro Mutaytor, que me apresentou pros Orange Kids, que me apresentou pro LA Burners e hoje em dia Los Angeles ficou pequeninho. Não tem um lugar que eu vá que não encontre conhecidos.

Sábado tivemos uma festa maravilhosa na qual meus amigos passaram semanas preparando, decorando e criando um ambiente que eu nunca tinha visto igual. Infelizmente a polícia e os bombeiros apareceram, acabaram com a festa e mandaram 1600 pessoas embora. Hoje o pessoal que organizou o evento precisou da nossa ajuda pra transformar o lugar - um galpão de uns 5 mil metros quadrados - num escritório e acabar com todos os vestígios de ser uma residência (porque se você tem um contrato comercial, é proibido usar como moradia). Os amigos foram chegando aos poucos e lá pelas 11 da noite, pelo menos 30 pessoas estavam lá. Todo mundo querendo ajudar, mesmo depois de passar o dia inteiro trabalhando.
São coisas assim que me fazem sentir tão bem por fazer parte dessa comunidade de pessoas inteligentes, excêntricas, criativas, carinhosas e liberais. A gente torce um pelo outro, se importa um com o outro, se ajuda, apoia e cuida um do outro. Eu nunca tive o conceito e a prática de comunidade tão forte na minha vida, o gostinho de viver em grupo, de compartilhar momentos bons e tristes. Quando eu organizava eventos no Brasil, não aparecia uma criatura pra ajudar. Uminha sequer. Eu nunca me senti tão parte de uma família como agora, mesmo sendo de culturas diferentes. Fora desse grupo, a cidade parece menos interessante, mais tradicional, mais consumista e perde um pouco a graça. Cansei do mundo convencional.

Eric Spaceman escreveu isso:
We represent something new. We aren't hippies, they were easy. We aren't ravers, they were just kids. We aren't hiphop gangsters... we are something else entirely. We play with flaming weapons. We dress in the trapping of tribal warriors. We have jobs and drive nice cars. We gather not for financial gain, but for love. We are this emerging culture that threatens the whole system that they are defending. We are growing faster than they are. They walk into one of our parties and they are scared to death. We are outside of their whole tactical plan. We are some new entity that they don't know how to deal with.

E daqui a pouco começo mais um trabalho (como se não tivesse suficiente). Vou ajudar nossa hoopstar Hoopaliscious com a mini-empresa dela e em troca ela vai me ensinar mais algumas coisas sobre hooping.